Por Ananda Moreira
O salário emocional são todas as recompensas não financeiras oferecidas no trabalho que geram motivação e engajamento e que faz com que as pessoas mudem a sua percepção sobre aquilo que fazem. Construir um salário emocional sólido pode trazer diversos benefícios para os colaboradores e a empresa.
Há quem trabalhe por um bom salário e para pagar os boletos, mas há quem negue ofertas de emprego interessantes financeiramente por se identificar e se sentir satisfeito com o trabalho atual. Quando isso acontece, podemos dizer que a empresa possui uma boa retenção de talentos.
Há diversas estratégias na retenção de talentos e uma delas sem dúvidas é investir na construção de um salário emocional, que influencia a satisfação do colaborador no trabalho.
Apesar de ser tão importante para a empresa, o salário emocional ainda não é um conceito tão conhecido e praticado nas organizações e cabe às lideranças e aos profissionais de RH, de CI ou áreas relacionadas trazer às empresas.
O salário emocional é uma remuneração que não é financeira e que tem relação com a preocupação genuína no bem-estar das pessoas colaboradoras. Ele é praticado através de ações que buscam melhorar a experiência do colaborador, o clima organizacional, as relações e o ambiente de trabalho.
No Progicast 80, conversamos com a Brenda Giuriolo, especialista em comportamento humano e fundadora da BG Desenvolvimento Comportamental, que é especializada na educação comportamental e emocional dos profissionais.
O tema dele foi sobre Salário Emocional e foi possível ter vários insights sobre o tema, os quais abordaremos ao longo do texto. Mas caso queira escutá-lo na íntegra, está disponível:
Confira então o que é salário emocional, sua importância e como você pode aplicar na sua empresa.
O que é salário emocional?
Mas a pergunta que fica é: no que consiste o salário emocional? Segundo a Brenda:
“O salário emocional são todas as recompensas, os ganhos não financeiros, que as pessoas podem obter em relação ao seu trabalho, que geram motivação, que geram engajamento e que faz com que as pessoas mudem a sua percepção sobre aquilo que fazem. Então, na prática algumas pessoas confundem remuneração flexível com salário emocional.” – Brenda Giuriolo.
Ou seja, quando falamos no assunto não quer dizer que precisamos reinventar tudo que a empresa faz e agrega para o colaborador.
Mas sim que é preciso trazer uma percepção diferente sobre como se inclui de forma verdadeira aquilo que está sendo feito e trabalhado na empresa em prol dos funcionários.
Acaba sendo difícil de compreender, porque o salário emocional é bem mais sutil que a parte financeira e é desafiador de ser aplicado em determinados contextos, sobretudo de grandes corporações.
Mas podemos afirmar que é algo que se relaciona com a preocupação genuína com o bem-estar dos funcionários, sendo um conceito derivado dos estudos sobre felicidade corporativa.
Exemplos de salário emocional
Nesse sentido, o salário emocional é algo subjetivo, que diz respeito à cada pessoa colaboradora e cada uma é diferente e deseja ou almeja coisas diferentes.
Isto é, tem pessoas que valorizam mais experiências em grupo na empresa, com maior integração, e viver em um clima organizacional bom na maior parte do tempo, pois isso dá senso de satisfação com o trabalho.
Mas também há pessoas que se sentem mais contempladas e valorizadas quando a empresa investe no crescimento profissional e pessoal, através do investimento em cursos, workshops e presenteia com livros.
Há outras que se sentem muito satisfeitas de poderem ter autonomia e poder aplicar suas ideias, sentir que tem voz.
Num geral, todos esses “salários emocionais” são coisas importantes, mas em cada realidade algo se sobressai, o que acaba sendo influenciado pela cultura da empresa e pelo filtro que colocamos ao recrutar.
Os 10 fatores do salário emocional
O tópico acima reflete o estudo realizado por Marisa Elizundia. Ela é especialista na área de RH e em sua pesquisa encontrou os 10 fatores fundamentais para mensurar o salário emocional e entender o conceito.
Através dessa pesquisa, é possível refletir sobre o salário emocional e se basear para criar ações que façam sentido para a realidade da sua empresa e dos seus colaboradores e que tragam mudanças positivas.
Veja quais são os 10 fatores do salário emocional:
Qual a importância do salário emocional?
O salário emocional não serve para reduzir a importância de um bom e justo salário financeiro, mas sim para complementar a experiência do colaborador.
Investir em um bom salário emocional traz diversos benefícios para os colaboradores e para a empresa.
Não é novidade que tudo que agrega à experiência do colaborador aumenta as chances de reter o funcionário, chama a atenção de outros profissionais, melhora a satisfação e promove o sentimento de pertencimento.
Isto é, ao construir um salário emocional sólido você melhora a experiência do colaborador e fortalece o employer branding da empresa.
Também podemos dizer que essa satisfação promovida por um bom salário emocional aumenta a qualidade de vida do colaborador, já que não sente que o trabalho é um fardo e sim um desejo, uma parte importante de sua vida.
Além disso, ao sentir satisfação e orgulho de trabalhar na empresa, o funcionário se sente mais motivado a dar o seu melhor em prol da organização e a melhorar como profissional e como pessoa.
Isso influencia na sua performance na empresa, aumentando sua produtividade, melhorando os relacionamentos e se desenvolvendo cada vez mais.
Como aplicar o salário emocional na empresa
Para construir o salário emocional da sua empresa é necessário escutar bem cada colaborador, já que ele será construído a partir dos desejos de quem compõe a empresa.
“Essa troca traz muitas informações para começar a observar o que é importante para Brenda, o que eu valorizo como o benefício emocional, o que para mim é importante, o que eu tenho e o que que eu não tenho na organização e como é que eu posso criar com o meu líder e com a empresa para conseguir ser atendida essa necessidade.” – Brenda Giuriolo
Por isso, é importante que os líderes e o RH estejam alinhados e engajados nessa tarefa de conhecer bem o público interno da empresa. Mas é importante relembrar que:
“O salário emocional não é necessariamente uma responsabilidade do RH, mas uma iniciativa do RH para envolver todas as áreas nessa preocupação e nessa gestão humanizada.” – Brenda Giuriolo
Tendo em vista que pode ser um processo trabalhoso, é interessante fazer um projeto piloto com um setor específico para testar e ir vendo quais dúvidas surgem.
Aos poucos, definindo o perfil do colaborador através da cultura e do recrutamento, será possível expandir para os outros setores e criar essa política geral.
A Brenda cita um exemplo para ficar mais claro:
“Deve-se identificar o que tá acontecendo e criar ações, como por exemplo, eu percebi que o setor de TI identificou que eles gostariam de mais oportunidades de crescimento profissional. Eles estão estagnados e gostariam de mais oportunidades de Coaching, de mentoring, de mais conversas sobre oportunidades de crescimento. Quais são as ações que a gente pode desenhar junto com eles. Sempre com as pessoas, nunca para as pessoas, não existe salário emocional sem as pessoas que estão envolvidas no processo construírem com vocês.” – Brenda Giuriolo
De modo geral:
- Defina através da cultura um perfil de colaborador, o que se busca ao contratar;
- Engaje as lideranças e o RH para conhecer o público interno;
- Faça um projeto piloto em um determinado setor;
- Teste ações e mensure a satisfação relacionada a elas;
- Expanda para os outros setores;
- Reviser e atualize constantemente.
Conclusão
Além de assumir a responsabilidade e construir junto, é importante mensurar, porque essas necessidades vão se atualizando, isto é, vão surgindo novas.
“As pessoas voltam a ficar insatisfeitas, porque o salário emocional precisa ser valorado e constantemente revisitado.” – Brenda Giuriolo
Esperamos que você tenha gostado do texto e que tenha sido útil para você.
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Esperamos que você realize ações lindas para promover o salário emocional!
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