Por Ananda Moreira

Neste ano, a 32ª edição do Congresso Catarinense sobre Gestão de Pessoas (CONCARH), organizado pela ABRH-SC, ocorreu nos dias 13 e 14 de julho, em Florianópolis (SC), sendo o maior evento da área no sul do país.   

Com todas as transformações vivenciadas nos últimos anos, o tema desse ano foi “Podemos Ser O Que Queremos Ser?”. Foi uma pauta meio enigmática, mas que trouxe importantes reflexões para quem trabalha com comunicação e recursos humanos.  

Ao longo dos dois dias ocorreram diversas palestras e dinâmicas, com quatro palcos, muitos convidados prestigiados e especialistas na área totalizando mais de 30 horas de conteúdo.  

Profissionais referência da área de gestão de pessoas e da comunicação compartilharam um pouco de seus conhecimentos, tendo vozes como Maitê Proença, Felipe Suhre, Iza Camargo, Cris Faria, Rose Russowski, Dilma Souza, Marcos Medanha e tantos outros palestrantes.  

Inclusive, a Progic estava presente lá com estande montado e o nosso CEO, Igor Vazzoler, palestrou sobre estratégias para o RH conectar e engajar com 100% dos funcionários e também teve um bate papo com Nayra Cattarin, nossa gerente de Gente & Gestão, sobre como grandes empresas estão potencializando o engajamento dos colaboradores.  

Também aproveitamos para gravar a nova temporada do Progicast em parceria com a ABRH-SC trazendo diversos convidados inéditos, já lançamos o primeiro episódio, não deixe de conferir. 

Foram dois dias repletos de aprendizado e reflexões com temas variados, compartilho com vocês neste artigo alguns dos insights e reflexões que tive com as falas dos palestrantes. Cito aqui alguns temas que apareceram bastante: 

  • Saúde mental e bem-estar do colaborador 
  • Adoecimento mental  
  • Cultura Workaholic 
  • Propósito e valores 
  • Estratégias de comunicação para atingir os colaboradores 
  • Conexão e pertencimento 

Saúde mental e bem-estar do colaborador 

Saúde mental e bem-estar do colaborador de longe foi o assunto mais tocado no CONCARH! Impossível não comentar, né? Os impactos gerados pela pandemia em diversas áreas da vida ainda estão sendo vivenciados fortemente e a influência na saúde mental e é um dos temas que mais apareceu.  

Inclusive, graças a um acidente na pista do aeroporto de Florianópolis no dia anterior ao CONCARH, as palestras tiveram que ser rearranjadas a fim de cobrir os horários de palestrantes que não puderam comparecer.  

Se foi sorte ou coisa do destino não sabemos, mas o CONCARH desse ano abriu as palestras com o médico, advogado e mestre em Filosofia Marcos Medanha, falando sobre: “Quem adoece primeiro: o corpo ou a alma?”.  

Marcos Medanha no CONCARH 2023

Foi uma palestra muito emblemática, justamente pelo o que temos visto relacionado ao aumento significativo nos transtornos mentais e no boom dos últimos anos de casos de Síndrome de Burnout depois da pandemia, um transtorno de esgotamento mental extremo relacionado ao trabalho. 

A pandemia apenas evidenciou algo que já vinha sendo cultivado no ambiente corporativo há anos: uma cultura workaholic que valoriza as horas extras e uma vida centrada no trabalho. Com o aumento de casos de adoecimento do corpo, também vimos um grande número de adoecimentos da “alma”.  

Apesar do título da palestra, Marcos deixou claro que os dois adoecem juntos. Temos a tendência de separar o corpo e a mente, mas eles fazem parte conjunta da gente. Isto é, tudo que afeta a saúde física afeta a saúde mental e vice-versa.  

Por isso, Marcos e outros profissionais levantaram o debate da importância de promover uma vida equilibrada aos colaboradores, levando em consideração a saúde física e mental. Isso tem sido muito mais atrativo hoje em dia, já que a flexibilidade com responsabilidade tem se tornado um valor importante. 

É um benefício dado aos colaboradores que retorna de forma muito positiva para a empresa, já que cuidar do colaborador sempre gera bons frutos, principalmente quando pensamos em performance, satisfação no trabalho e experiência do colaborador. 

Adoecimento mental: como evitar isso  

Ainda pensando em saúde mental, atualmente, transtornos mentais são a terceira maior causa que leva ao afastamento do trabalho, evidenciando que precisamos urgentemente abordar essa pauta nas organizações. 

Para complementar esses dados, foi citado em uma das palestras a correlação entre desemprego e suicídio. Isto é, o número de suicídios entre os desempregados é maior que entre os que possuem um emprego, demonstrando que o emprego pode ser um dos fatores protetores.  

O trabalho pode (e deve) ser fonte de relacionamentos saudáveis, promover um senso de propósito e contribuir para ter uma condição econômica justa, o que impacta diretamente na manutenção de uma boa saúde mental.  

Para isso acontecer na prática, as organizações precisam promover um ambiente saudável para se conviver, com bem-estar e qualidade de vida, já que grande parte de nossas vidas passamos trabalhando. Um ambiente respeitoso e motivador possibilita que colaboradores saudáveis se engajem nas atividades e com os objetivos da empresa. 

É necessário incentivar um bem-estar físico, mental e social, contribuindo para a conscientização dos colaboradores em relação a temas importantes ligados à saúde e criando um ambiente propício para que escolhas saudáveis sejam executadas (oferecendo flexibilidade, promovendo programas e palestras na empresa etc.). 

E, principalmente, capacitando as lideranças para uma gestão mais humanizada, que considere os colaboradores como seres humanos, que pratique a escuta ativa e fomente o bem-estar e as boas relações na equipe.  

Valor e reciprocidade 

A cada CONCARH que se passa a relevância do papel do RH aumenta e isso é muito comentado nas palestras. É o RH quem gerencia as mudanças e consegue promover um olhar simultâneo entre pessoas e negócios, entendendo que o capital humano tem sido cada vez mais valorizado.  

O psicólogo Renato Navas trouxe umas reflexões muito interessantes no início da palestra e vou deixá-las aqui:  

  • Quando você olha para a sua vida, você vê diversão? 
  • Você sente que a sua empresa retribui na mesma intensidade que você contribui para ela? 
  • Você tem espaço para ser autêntico/a nas suas relações de trabalho? 
  • Quanto custa ganhar o seu salário no final do mês? 

Renato Navas no CONCARH 2023

As pessoas têm repensado e refletido mais sobre os seus próprios trabalhos, ressignificando a jornada de vida e de trabalho, e o mercado tem se adaptado a isso (e ele de fato precisa fazê-lo).  

Essa diferença entre gerações tem sido comentada e é abordada quando pensamos em experiência do colaborador, no que se aceita e não se aceita mais, no que se espera e não espera mais e no que se deseja e não deseja mais.  

E, em contrapartida, tem se refletido qual o valor que as pessoas entregam na empresa e como entregar valor às pessoas que agregam a empresa. O Renato traz o conceito de reciprocidade para pensarmos as relações entre colaborador e empresa e acredito que aponta ideias interessantes.  

Ano passado trouxe a reflexão que quando pensamos em retenção de talentos não devemos falar de reter as pessoas a todo custo, ou obrigá-las a ficar, mas sim fazer com que os colaboradores se apaixonem tanto pela experiência de trabalhar na empresa que escolham ficar.  

Assim, para despertar esse sentimento de desejo de trabalhar na empresa, é necessário implementar uma lógica de “ganha-ganha”: você agrega valor ao colaborador e o colaborador agrega valor ao negócio.  

Isso cria uma relação que se retroalimenta: o reconhecimento e os benefícios dados ao colaborador retornam em boas ideias e trabalho dedicado e essas boas ideias e trabalho dedicado geram mais reconhecimento. Como cita o psicólogo:  

“As pessoas que se sentem crescendo na empresa querem ficar, quem estagna escolhe sair.” – Renato Navas

E para entregar valor ao colaborador, é necessário praticar a escuta contínua, ferramenta chave para conseguir prever o comportamento dos colaboradores e para entregar algo que é considerado valioso pelo seu público interno, entregando aquilo que o público quer

A escuta contínua favorece a compreensão de onde se está e onde se quer chegar, de quais são os diferenciais da marca enquanto empregadora e as mudanças das perspectivas das pessoas sobre a empresa ao longo do tempo e como agir de modo preventivo. 

Agir de modo preventivo significa prever o comportamento dos colaboradores e se adaptar de forma a atender suas necessidades e expectativas, para que se continue uma relação de ganha-ganha. 

E para que a empresa ganhe, para que ela consiga reter talentos, é necessário encontrar colaboradores com valores e propósitos alinhados com a empresa desde a etapa da contratação, pois assim haverá coerência cultural (agir de forma coerente com aquilo que se prega e se acredita) e haverá satisfação em realizar o propósito no/pelo trabalho.  

O propósito contribui para um senso de realização e para gerar motivação e engajamento na empresa, aumentando a chance de performar. 

Conexão nas empresas 

Por fim, pensando na Comunicação Interna da empresa, nosso CEO Igor Vazzoler promoveu diversas reflexões no assunto e trouxe algumas estratégias para alcançar e engajar os colaboradores.  

Com mais de 15 anos de mercado na área, Igor pode construir aprendizados e compreender muito bem os desafios e as necessidades do setor de Comunicação das empresas, bem como entender a sua importância na empresa.  

Um dos principais desafios da comunicação nas empresas e, por tanto, da conexão e do alto engajamento, é a dificuldade em se comunicar com todas os colaboradores, sobretudo nas grandes empresas.  

diversos obstáculos: diferentes locais físicos, níveis educacionais, preferências de consumo de conteúdo e mais. A estratégia de comunicação (ou “as”, no plural) tem que levar em conta essa diversidade na empresa.  

O que tem se falado atualmente é em uma comunicação multicanal, na qual é possível alcançar os colaboradores através de diferentes meios de comunicação de forma otimizada e estratégica, personalizada para o público interno da empresa.  

Nesse sentido, a Comunicação Interna exige investimento contínuo em inovação, para não se tornar desatualizada e ineficiente. E atualmente, uma das formas de superar os principais desafios da comunicação é trazer o colaborador como participante ativo da comunicação da empresa.  

Isto é, promover ações colaborativas, possibilitando uma comunicação em rede na empresa, que humaniza e agiliza a comunicação, distribuindo as responsabilidades do setor.  

Mas, no bate papo junto com a nossa Gerente de Gente e Gestão, Nayra Cattarin nos relembra que o canal é apenas um meio para atingir algum objetivo. Com uma comunicação colaborativa, a pessoa se sente parte da empresa, promovendo a conexão e o engajamento. 

E para gerar esse engajamento e conexão, a liderança – mais uma vez – precisa estar capacitada e engajada. O engajamento começa pela liderança, é ela que tem que comprar a ideia primeiro e dar o exemplo. Por isso, a capacitação e humanização dos líderes e gestores deve ser um fator essencial na empresa. 

Conclusão 

Espero que tenha gostado dos aprendizados, insights e reflexões apresentados neste artigo!  

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Escrito por Ananda Moreira

Estudante de Psicologia e encantada por Marketing, gosto de pensar que a comunicação e o estudo do comportamento humano é o que une as duas áreas e o que me faz ser tão atraída por ambas. Apaixonada por livros, escrita, vídeos de gatinho e musculação, vivo em busca de novos aprendizados.
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