Por Autor Convidado
Segundo Paul Watzlawick, em sua teoria da comunicação entre dois indivíduos, é impossível não se comunicar, pois todo comportamento é uma forma de comunicação.
A comunicação também é parte inerente das empresas. É preciso pensar a comunicação no seu sentido original – o de tornar algo comum a todos -, como um desafio para toda a organização, e não como exclusiva dos profissionais da área.
A comunicação organizacional somente poderá fluir a partir da criação de uma consciência comunicativa. E isso só é possível em uma cultura organizacional na qual prevaleça um ambiente de transparência, confiança e estímulo à cooperação.
A falta de comunicação mina a confiança dos colaboradores e eleva o estresse. A comunicação formal muitas vezes dá espaço para a comunicação informal, especialmente quando deixa lacunas. Quando as pessoas não sabem o que está acontecendo, boatos e fofocas se tornam a comunicação oficial.
Apesar de muitos gestores considerarem a comunicação informal como “fofoca no corredor” que precisa ser eliminada ou reduzida, segundo dados de pesquisa publicada pela revista Época Negócios, em 2009, 68% das pessoas de alguma forma dão ouvidos às conversas do corredor, 46% dos entrevistados prestavam atenção nas fofocas do trabalho, pois viam algum sentido nela, e apenas 32% disseram que “quem faz fofoca pode estar muito mal informado”.
A circulação de boatos pode desmotivar a equipe, baixar a produtividade, prejudicar a retenção de talentos e até mesmo ultrapassar as paredes da empresa e manchar sua imagem no mercado.
Uma comunicação assertiva ajuda a controlar a “rádio corredor”. No entanto, o diálogo aberto é fundamental. Um dos meios de a empresa se relacionar com a comunicação organizacional informal é criando os Conselhos de Comunicação – grupos de colaboradores que representam suas áreas e colocam em pauta assuntos de interesse dos colegas e da empresa, um espaço para que os empregados tenham voz ativa em processos e atividades da empresa.
É preciso estar aberto a novas ideias, incentivar discussões e promover a comunicação clara e transparente. Para Emerson Weslei Dias, em “O inédito viável na Gestão de Pessoas – Reflexões e filosofia prática sobre liderança”, o que não pode faltar na comunicação da empresa com os funcionários é: clareza, objetividade, abrangência, transparência e reciprocidade.
Deve-se deixar claro o que se espera como ação prática daquilo que se está comunicando. Quanto menos dúvidas tiverem, menos serão os problemas de entendimentos errados. Uma comunicação eficiente deve identificar exatamente o assunto que pretende expor. A informação que está sendo transmitida precisa atingir todos os públicos da empresa da mesma maneira. Ser transparente no processo de comunicação é o elemento que garante a credibilidade das empresas. Vale lembrar que diálogo é uma via de mão dupla: não apenas falar, mas também ouvir, e ouvir requer vontade, devoção, faz se pelo dever, é necessário dedicação e concentração para de fato ouvir. Saber ouvir é a melhor maneira de saber falar.
Resumo da ópera: ouvidos atentos, ações claras e caminho aberto. Tenha uma comunicação honesta e clara, independente se a informação que será discutida é boa ou má.
Alessandra Becker
Mãe do Pedro. Gêmea da Fá. Sou apaixonada por Comunicação e por ferramentas de facilitação de grupos. Graduada em Comunicação Social (RRPP) pela UFRGS. Sócia fundadora da FALE Consultoras. Líder facilitadora de processos e pessoas formada pelo programa Germinar/EcoSocial. Professora dos cursos de férias da ESPM-SUL desde 2017/I. Facilitadora do Grupo de Estudos de Comunicação e Ações Motivacionais e parceira de aprendizagem na ABRH-RS. Tenho buscado inspiração em várias fontes, como a Comunicação Não-Violenta, Dragon Dreaming, Thinking Environment e Investigação Apreciativa, e procuro aplicar e vivenciar as práticas de facilitação no decorrer da jornada de comunicação nas organizações.
LinkedIn: Alessandra Becker
Referências bibliográficas:
DIAS, Émerson Weslei. O inédito viável na gestão de pessoas: Reflexões e filosofia prática sobre liderança. 2. ed. Nacional: D’Livros Editora, 2014.
JACKSON, Don; WATZLAWICK, Paul; BEAVIN, Janet H. Pragmática da Comunicação Humana. Brasil: Cultrix, 2011.
Época Negócios, 2009: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDG86080-16628,00-FOFOCA+NO+ESCRITORIO+AUMENTA+POR+CAUSA+DA+CRISE.html
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