Por Higor Lima

Ouça o Progicast na íntegra, é só dar o play 😉


Segundo estimativas, todos os dias são registradas mais de 600 denúncias que se enquadram na Lei Maria da Penha.

Mas qual o impacto da violência doméstica no ambiente corporativo? Em briga de marido e mulher, a empresa deve meter a colher?

O episódio #30 do progicast traz como convidada, a fundadora da startup social Utopiar, Renata Rizzi para falar sobre o impacto da violência doméstica no ambiente de trabalho e como as empresas podem auxiliar nesses casos.

Violência Doméstica e Impacto no Trabalho – Confira alguns trechos da conversa!

Progic – Qual o impacto que uma violência sofrida em casa causa no desempenho profissional?

Renata – A violência doméstica tem um impacto muito grande no mercado de trabalho e a falta de trabalho também impacta na violência. Alguns estudos indicam que uma mulher que está passando por esse tipo de situação chega a faltar, em média, 18 dias de trabalho em um ano. As empresas, em vez de estudarem o que está acontecendo e porque a colaboradora está se comportando dessa forma, veem que é muito mais fácil entender que ela está desmotivada, produzindo menos, desligada ou se desligando da empresa. E isso acontece em, mais ou menos, 50% dos casos. O grande desafio é entender o momento que cada colaborador está passando. Por que imagina o impacto que tem uma mulher romper com o ciclo de emprego, a renda, a autoestima e o convívio social que o trabalho proporciona?!

Progic – Como as empresas podem trabalhar com essa causa?

Renata – É uma baita missão e um baita desafio levantar a bandeira dessa causa, mas extremamente necessário. Quando a gente fala na violência doméstica, ela é muito mais comum do que a gente imagina. Homens e mulheres estão nesse contexto de violência e muitas vezes nem sabem, porque nem a escola, nem a família nos ensina quais são os tipos de violência, né?! Psicológica, moral, patrimonial, sexual e, por fim, a física. A empresa tem um papel essencial nessa informação, nesse acolhimento, recebendo as pessoas que estão passando por essa situação…

Progic –Você conhece alguma história de empresas que trabalham com essa causa?

Renata – Quando a gente fala desse tema, o [case] da Magazine Luiza vem muito forte para mim. Eles tiveram, há mais ou menos dois anos, uma gerente de lojas morta pelo marido e ai o Magazine Luiza montou uma política super legal com disque denúncia em que as próprias mulheres poderiam denunciar ou pessoas que trabalhavam com essas mulheres e estão desconfiados de alguma coisa podiam denunciar internamente. E ai existe um encaminhamento feito pela assistente social e psicóloga e que vai levando pros aparelhos legais que a cidade já tem. Em grandes cidades é feito um acompanhamento no encaminhamento público, cidades pequenas precisavam eventualmente de algum custo a mais para ter um serviço particular e em alguns casos existe a relocação da funcionária para uma outra cidade, mantendo a função dela dentro do Magazine.

Ouça a conversa na íntegra e saiba mais sobre o impacto da violência doméstica no mercado de trabalho.

Sobre a convidada: Renata Rizzi

Formada em comunicação com especialização em marketing e gestão, Renata trabalhou com marketing de moda em grandes empresas nacionais e multinacionais, chegando a ser responsável pelo desenvolvimento de uma grande marca na américa Latina. Ao longo de uma jornada de autoconhecimento, se conectou com o propósito da startup social Utopiar, uma empresa que visa gerar renda e recuperar a autoestima de mulheres que estão superando a situação de violência doméstica.

LinkedIn: Renata Rizzi


Quer saber mais sobre como trabalhar com o tema na sua empresa? Leia o artigo “Agosto Lilás nas Empresas – Combate à Violência Doméstica“.

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Escrito por Higor Lima

Misture o interesse por histórias com a vontade de conhecer culturas diferentes. Acrescente uma boa dose de aventura e uma pitada de emoção. Leve ao forno até se formar em Jornalismo e terminar a pós graduação em MBA Marketing. Sirva com alegria, disposição e um axé ao fundo.
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