Por Higor Lima
Ouça o Progicast na íntegra, é só dar o play 😉
Já passamos da fase de dizer que diversidade é um diferencial para as empresas. Hoje, a inclusão é algo extremamente necessário nos ambientes corporativos – e não só por uma questão de ética, mas porque a diferença estimula a criatividade, potencializa equipe, qualifica performances e uma série de outros benefícios.
E entre os vários nichos que a inclusão abraça, no primeiro programa da quarta temporada do Progicast escolhemos falar sobre a Representatividade LGBT+ nas empresas.
A comunidade LGBT+ brasileira representa atualmente 9% da população (são 18 milhões de pessoas), segundo pesquisa. E apesar de números significativos, essas pessoas ainda sofrem diariamente com a exclusão, preconceito, violação dos direitos e dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.
Apesar da prática de inclusão ser necessária, muitas empresas ainda não sabem como trabalhar com as diferenças ou ainda não reconheceram sua importância.
Por isso, para falar mais sobre o tema, fomos até o Concarh 2019 e conversamos com Maite Schneider e Rodrigo Santini. Ambos levantam a bandeira para a diversidade e tem trabalhos relacionados com a inclusão no mundo corporativo.
Representatividade LGBT+ – Confira alguns trechos da conversa!
Progic – Por que é tão importante falar sobre representatividade nas empresas?
Rodrigo – Quando falamos de diversidade nas empresas ouvimos muitas vezes “a gente já é diverso, todo mundo aqui é diferente a gente não precisa das pessoas LGBT, ou negras, etc porque nós temos vivência suficientes”. Entender que a representatividade vai trazer histórias únicas de pessoa diferentes, porque só quem viveu as histórias de ser uma pessoas LGBT, negra, periférica ou de qualquer outra representatividade, só essa pessoa vai poder trazer sua história e fazer uma construção diferente, com uma outra lógica, novo olhar sobre as questões. Então além de ser uma questão humana, existe uma lado que essa representatividade real, onde as pessoas coloquem sua vida real nesse trabalho, nessas função, faz com que as empresas tenham novos olhares nesse espaço e todo mundo ganha com isso.
Progic – Como as empresas podem trabalhar com a representatividade?
Maite – Competência tem a ver com indivíduo, em como ele adquire as coisas, com os referenciais dessa pessoa. […] O que eu posso fazer dentro do meu micro, pra tentar atingir o micro do outro. Eu não digo nem o macro, porque o macro é uma questão de tempo. Eu acredito na mudança do indivíduo para o coletivo e acredito no mundo onde não haja fronteiras, que as coisas sejam horizontais, não tenham muros e as coisas sejam feitas mais com pontes.
Progic – Existe uma forma correta das pessoas incluírem a representatividade na cultura organizacional?
Rodrigo – Tem um ponto nessa história que tem que ser de verdade. Como que a gente envolve as pessoas nessa história, como que a gente chama as pessoas a participarem, mas também cria uma situação em que a gente tem uma cultura de uma empresa que de fato é inclusiva?!
É claro que muitas coisas a gente vai aprender ao longo do processo, não vai estar tudo pronto na hora que você começa. Você vai começar a aprender [sobre representatividade] muitas vezes quando você têm as pessoas dentro da empresa. […] Existe dar o primeiro passo, começar a aprender, se remodelar, dar o próximo passo.
Maite – Se você não for você, de verdade, até o caminho certo vai dar errado. Uma pessoa representativa na sua essência vai produzir muito melhor, vai agregar muito mais em qualquer esfera: seja afetiva, seja emocional, inclusive dentro do laboral.
Ouça a conversa na íntegra e saiba mais sobre como trabalhar com a Representatividade LGBT+ na empresa.
Escute o Progicast também no Spotify!
Leia mais: Diversidade nas Organizações – Problema ou Solução?
Sobre os convidados: Maite Scheneider e Rodrigo Santini
Maite Schneider é militante de Direitos Humanos desde 1990. Fundadora do Transgrupo Marcela Prado (2006) e da ABRAT – Associação Brasileira de Transgêneros (2009). Co-fundadora do projeto TRANSEMPREGOS (2013) – que faz a inserção de pessoas trans no mercado de trabalho, trabalhando como consultora em diversas multinacionais e projetos. Trabalha como palestrante motivacional em universidades, faculdades, escolas, instituições e empresas. A história de Maite Schneider e sua militância já foi contada em diversos programas nacionais, tais como: Jô Soares, Pedro Bial, Discovery Chanel, Tabu, Canal Brasil, GNT, Luciana Gimenez, Laerte Coutinho, Regina Volpato, entre outros.
LinkedIn: Maite Schneider
Rodrigo Santini é Bacharel em Comunicação Social pela UFPR e com Pós-graduado em Administração pela FGV-SP. Atualmente é responsável pela Missão Social na Ben & Jerry’s Brasil, uma das primeiras marcas ativistas no mundo. No país, é responsável pela agenda ativista, tendo como um dos principais focos a questão LGBT+. É também membro do board do Greenpeace Brasil.
LinkedIn: Rodrigo Santini