Por Autor Convidado
A frase “Informação é poder” sempre foi amplamente utilizada, principalmente no mundo corporativo, mas será que ela ainda faz sentido no cenário atual? Durante muito tempo, quem detinha a informação tinha vantagem, seja nas empresas, na política ou nos negócios. A informação era escassa, controlada por poucos e, por isso, se tornava um ativo valioso.
Hoje, com a proliferação de canais, redes sociais, influenciadores e interlocutores, o acesso à informação se tornou mais democrático. Qualquer pessoa pode produzir e disseminar conteúdo, reduzindo o monopólio da informação e tornando o conhecimento mais acessível.
No entanto, isso não significa que a informação perdeu seu valor. Pelo contrário, o desafio agora não é mais obtê-la, mas saber filtrá-la, interpretá-la e aplicá-la de forma estratégica.
Uma pesquisa da McKinsey mostrou que empresas que utilizam dados de maneira eficiente têm muito mais chances de conquistar clientes e serem lucrativas. Isso reforça que não basta ter acesso à informação; o que realmente importa é como ela é usada para gerar conhecimento e tomada de decisão.
Curiosamente, o excesso de informação pode gerar o efeito oposto do esperado. Em vez de dar poder, pode levar à paralisia por análise, dificultando a tomada de decisões. O pensador Neil Postman já alertava sobre esse paradoxo: “Não estamos sofrendo de falta de informação, mas de excesso dela.”
Nas empresas, o jogo também mudou. Guardar informações para si já não é mais uma estratégia eficaz. O verdadeiro poder hoje está em compartilhar conhecimento, criar conexões e transformar informação em ação. Como dizia Peter Drucker: “O conhecimento cresce quando compartilhado.”
No futuro, com a ascensão da inteligência artificial, a informação por si só será cada vez menos relevante. O diferencial competitivo estará na inteligência aplicada aos dados, na capacidade de transformar informação em previsibilidade e estratégia. Informação continua sendo poder, mas apenas para quem sabe usá-la da maneira certa.
Então, temos um exercício importante para lidarmos com o excesso de informação: adotar uma abordagem estratégica e disciplinada.
- Estabeleça Prioridades: Defina claramente o que é relevante para seus objetivos e se concentre nisso. Em vez de tentar acompanhar todas as informações disponíveis, foque no que realmente contribui para suas decisões e ações. Isso ajuda a evitar distrações e a perda de tempo com conteúdos irrelevantes.
- Filtre as Fontes de Informação: Não é necessário consumir tudo. Escolha fontes confiáveis e relevantes para sua área de interesse e se comprometa a seguir apenas aquelas que realmente agregam valor. A curadoria da informação é essencial para evitar a sobrecarga.
- Adote a Técnica da “Curadoria de Conteúdo”: Em vez de consumir todo o conteúdo que aparece, dedique tempo a organizar e selecionar informações essenciais. Isso pode envolver a criação de uma lista de leitura prioritária ou até o uso de ferramentas de curadoria de conteúdo, como agregadores de notícias e aplicativos de “read-it-later” (como Pocket ou Instapaper).
- Pratique o “Mindfulness Digital”: Estar constantemente imerso em informações pode ser mentalmente exaustivo. Tire um tempo para se desconectar e focar em atividades que não envolvam telas ou fluxo constante de dados. Isso ajuda a clarear a mente e a tomar decisões mais conscientes quando se trata de consumir conteúdo.
- Use a Técnica do “Time Blocking”: Organize seu tempo de maneira que dedique blocos específicos para consumir informações. Evite interromper o seu fluxo de trabalho toda vez que surgir uma nova notificação ou tendência. Estabeleça horários fixos para checar e consumir conteúdos, evitando a dispersão ao longo do dia.
- Reflita e Pratique o Processamento Ativo: Não se limite a consumir passivamente as informações. Pratique a reflexão ativa, questionando como cada pedaço de informação pode ser útil para você ou para o seu trabalho. Ao processar a informação de forma crítica, você consegue reter o que é relevante e descartar o supérfluo.
- Delegue o Consumo: Quando possível, confie em especialistas ou colegas para filtrar e compartilhar com você as informações mais pertinentes. Isso pode ser especialmente útil em ambientes corporativos, onde diferentes pessoas podem ser responsáveis por diferentes áreas do conhecimento.
Lidar com o excesso de informação exige disciplina, reflexão e estratégias práticas para garantir que o conhecimento adquirido seja realmente valioso e aplicável. Essas abordagens ajudam a transformar a abundância de dados em um recurso que contribui de forma eficaz para suas decisões e objetivos.
Em um mundo saturado de dados, a verdadeira pergunta não é mais se a informação é poder, mas como usamos esse poder para transformar conhecimento em ação. A abundância de dados não é garantia de vantagem; a chave está na qualidade da informação e na capacidade de filtrá-la, processá-la e aplicá-la de maneira estratégica.
Para aqueles que sabem como navegar nesse mar de dados, a informação continua sendo um recurso valioso. A questão é: você está apenas consumindo ou realmente aproveitando o poder da informação de forma inteligente? O jogo mudou, mas o desafio permanece: transformar dados em sabedoria.
Fábio Di Renzo é publicitário, especialista em Gestão de Pessoas, Marketing e Comunicação Empresarial. Com mais de 25 anos de experiência em multinacionais, atua em Comunicação Interna, Endomarketing e Eventos. Fundador da Novembro 4, é professor na ABERJE, palestrante e colunista do O ABC da Comunicação.
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