Por Dyulia Corrêa

 

No dia 20 de novembro celebramos o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra em nosso país. A data foi oficializada pela lei nº 12.519/2011 e faz referência à morte de Zumbi dos Palmares, que foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial.

Por esse motivo, novembro se tornou o mês da consciência negra e tem trazido diversas ações que reforçam a luta contra o racismo e a desigualdade social ainda enfrentados pelo povo afrodescendente.

E a campanha Novembro Negro promove a busca pelo fortalecimento e representatividade da cultura afro-brasileira e nos mostra que, apesar de mais de 56% da população ser negra, ela ainda é um grupo de minoria, pois está em um local de desvantagem social. E é fato que precisamos mudar essa realidade tão injusta e trabalharmos na construção de uma sociedade mais igualitária, inclusive dentro das empresas.

 

Pensando nisso, nós preparamos este artigo para auxiliar a sua campanha de endomarketing sobre esse tema tão importante e disponibilizamos também um Kit de Materiais gratuito. Não deixe de conferir!

 

 

Movimento Negro no Brasil

O Movimento Negro no Brasil surgiu durante o período escravocrata (1535 a 1888) como forma de resistência e defesa contra injustiças e violências realizadas pela classe senhorial e pelo Estado. Visto que as pessoas escravizadas eram tratadas como “propriedade privada” nesse período, os movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter específico, já que seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos.

Tivemos diversos personagens que lutaram contra o sistema e impulsionaram o Movimento Negro. Zumbi dos Palmares, que é a figura mais conhecida, foi um dos líderes do maior quilombo que existiu em nosso país (o Quilombo dos Palmares). Zumbi é considerado um símbolo de resistência e luta dos africanos contra sua escravização no Brasil colonial.

Com o passar dos anos, os movimentos sociais da comunidade negra se fortaleceram e a sua luta obteve importantes conquistas. A abolição da escravatura, que ocorreu em 13 de maio de 1888, também é uma data marcante na história, entretanto, apesar do simbolismo, não acabou com a exploração, desigualdade e preconceito.

Vale ressaltar que mesmo após a assinatura da lei que extinguiu a escravidão em nosso país, o movimento negro continuou com suas ações reivindicatórias, sempre enfrentando resistência e incompreensão social. Depois da abolição da escravatura, diversos jornais e associações foram fundados para defender a igualdade e melhores condições de vida para os negros. Isso porque, apesar da abolição, as pessoas negras continuaram sem oportunidades e acesso ao básico para se viver.

O ativismo de grupos como a Frente Negra Brasileira, a Associação Cultural do Negro, o Teatro Experimental do Negro, o Centro de Cultura e Arte Negra, o Quilombhoje e o Movimento Negro Unificado, foi fundamental na defesa dos interesses da comunidade negra. Essas associações nos deixaram um imenso legado cultural, político e literário, através da luta contra o racismo e a desigualdade e pelas diversas ações realizadas para recuperar a dignidade, a cultura e a memória do povo negro no Brasil.

Racismo é crime
Apesar das importantes conquistas obtidas durante todos esses anos, infelizmente não podemos dizer que o Movimento Negro está perto de ter alcançado todos os seus objetivos. O racismo resiste em uma grande parcela da população e a ideia de igualdade racial ainda é uma realidade distante em nosso país.

 

Estamos em 2022 e ainda nos deparamos com notícias lamentáveis como essa. Além de preocupante, esse é um claro reflexo de quantas coisas ainda precisam ser mudadas em uma sociedade onde o racismo estrutural está enraizado e orienta as relações institucionais, econômicas, culturais e políticas.

 

Racismo é crime e a Lei 7.716/89 pune todo tipo de discriminação ou preconceito, seja de origem, raça, sexo, cor, idade. Mas para garantirmos que o povo negro seja finalmente valorizado e respeitado, precisamos de mais ações. Reconhecer que o preconceito racial existe é um dos primeiros passos para garantirmos maior conscientização e educação social.

 

 

Desigualdade Racial

A desigualdade racial no Brasil é uma triste realidade, e pode ser considerada o resultado das políticas públicas e das poucas ações realizadas pelo Estado que ainda são frágeis e não alcançam a eficácia necessária.

O Brasil é o segundo país com a maior população negra no mundo, mas também faz parte da lista dos mais intolerantes. Prova disso são os dados de brasileiros brancos com os de pretos e pardos, que quando comparados evidenciam dois mundos totalmente diferentes.

Inclusive, os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Economia mostram que o povo negro foi o mais prejudicado pelos efeitos da crise no mercado de trabalho, provocada pela pandemia.

Os números nos mostram que:

 

  • O desemprego aumentou mais entre os pretos;
  • A taxa de desemprego entre os pretos foi mais expressiva que entre os demais;
  • O nível da ocupação entre os pretos ficou ainda menor que o dos brancos;
  • A queda da taxa de ocupação entre os pretos foi mais intensa que entre os demais;
  • Pretos têm menor proporção entre os trabalhadores com carteira assinada;
  • A remuneração dos pretos é menor que a dos demais em todos os segmentos.

Fonte: g1

Representatividade Negra

O conceito representatividade negra é familiar para você?

Esse é um assunto que tem ganhado força nos últimos anos, principalmente por conta da internet. Mas vale lembrar que essa luta iniciou há muitos anos, e já estava presente mesmo no período da escravidão através do Movimento Negro, como citamos anteriormente.

O conceito representatividade negra pode ser compreendido como a busca pela reconstrução da imagem do povo negro em nossa sociedade, ou seja, tem o objetivo de romper com a imagem negativa que costuma ser direcionada à população não-branca.

Trazermos referências negras no desenvolvimento infantil é fundamental no processo de construção da identidade e representatividade negra. As crianças precisam crescer compreendendo a diversidade social e se sentindo parte da transformação do mundo.

 

livros-novembro-negro
Referências de livros infantis que trazem e reforçam a representatividade negra.

A escritora e psicanalista, Elisama Santos explica:

 

“A representatividade negra vem para combater os discursos que invisibilizam, segregam e marginalizam pessoas apenas por conta da cor, permitindo, assim, que os negros também possam se enxergar em diferentes lugares, ocupando-os e sendo bem-sucedidos. Ela vem, portanto, para promover a igualdade racial.”

 

Fonte: Modo Brincar

 

Novembro Negro nas Empresas

Já se passaram 134 anos desde a abolição da escravatura no Brasil e sabemos que a discriminação racial ainda é uma realidade vivenciada por milhões de pessoas negras. É preciso entender que esse é um problema estrutural e que o mercado de trabalho impacta diretamente a vida desses cidadãos.

As organizações possuem papel importantíssimo no processo de transformação dessa realidade. E trabalharmos o Novembro Negro nas empresas é indispensável para maior conscientização e valorização da cultura afro-brasileira.

Além disso, não podemos esquecer que o desenvolvimento de ações sociais no trabalho promove maior engajamento dentro do time, trazendo diversos benefícios para o clima organizacional. Convide seus funcionários para fazerem parte dessa campanha tão importante!

Separamos algumas ideias de ações de endomarketing para o Novembro Negro que podem ser realizadas ou adaptadas para o cenário da sua empresa.

Não deixe de conferir!

 

1. Kit Informativo

O kit informativo é uma ótima opção para divulgar o Novembro Negro nas empresas. Além de ser prático e criativo, você ainda pode adequar as opções de itens conforme o orçamento e identidade da sua organização.

 

Podem ser montados kits individuais para serem entregues na empresa ou na casa dos colaboradores (em caso de home office).

 

 

Confira aqui algumas opções de itens para o Kit informativo:

 

  • Flyers;
  • Adesivos;
  • Caneta personalizada;
  • Botton;
  • Chaveiro;
  • Caneca;
  • Marca-Páginas;
  • Livros com protagonistas negros.

DICA: Personalize os produtos com frases, dicas, hashtags, tema ou cor da campanha. Ou ainda, busque adquirir os itens do kit com empresas e marcas que apoiam a causa.

 

2. Decoração da Empresa

 

Utilizar elementos que tragam a representatividade da cultura negra na decoração durante todo o mês de novembro é uma ótima escolha para envolver os colaboradores na campanha.

 

Cartazes, painéis com desenhos e frases de conscientização, imagens de figuras importantes no Movimento Negro, artesanato afrodescendente são alguns dos elementos que podem ser utilizados para decorar o espaço físico de trabalho nas empresas.

 

Caso o trabalho presencial não seja a sua realidade, é possível adaptar a decoração no home office também. Enviar caixas com alguns desses itens decorativos para o time é uma boa alternativa.

 

3. Palestras

 

O Novembro Negro é um ótimo momento para incentivar o diálogo sobre igualdade racial e realizar palestras com professores e ativistas do movimento pode ser uma ótima forma de promover a campanha.

 

Com o objetivo de conscientizar e sensibilizar os colaboradores, o evento poderá abordar a importância da mobilização social diante da luta antirracista. E o envolvimento dos funcionários na conversa é imprescindível para maior entendimento sobre o tema e para acolhimento das suas experiências pessoais com o assunto.

 

Outro ponto bastante importante a ser reforçado na conversa é o fato de que as ações de combate ao racismo dizem respeito a todos.

 

Os eventos podem ser realizados na própria empresa, mas também virtualmente em caso de trabalho remoto. A proposta sugerida vale para as duas opções, e tenho certeza de que, essa é mais uma ótima opção para disseminarmos conhecimento, conscientização e respeito ao próximo.

 

4. Evento Cultural Afrodescendente

 

Que tal criar uma programação especial no Mês da Consciência Negra?

 

Uma forma bacana de dar visibilidade para o assunto é através de ações que valorizem a cultura afro-brasileira. Você pode escolher um ou mais dias do mês para realizar algum evento cultural com atrações diversas.

 

A programação pode envolver:

 

  • Culinária típica;
  • Música afro-brasileira;
  • História do Movimento Negro;
  • Festival de cinema com representatividade negra;
  • Troca literária de autores negros entre os colaboradores;
  • Prática ou ensino do Samba ou Capoeira.

 

Em caso de home office, é possível realizar um ou mais encontros online para que os colaboradores possam compartilhar suas experiências e conhecimentos pessoais sobre a história, as receitas culinárias, livros, filmes e músicas de origem afrodescendente.

 

É fundamental que a identidade negra tenha seu espaço nas organizações, e promover eventos como esse podem contribuir para que isso aconteça. Lembrando sempre, é claro, de trazer pessoas negras para apresentarem a sua própria cultura.

 

5. Oportunidades para a Diversidade

 

O mercado de trabalho continua apresentando o reflexo da discriminação e desigualdade racial através de seus números. Em dados de 2021, apresentados pelo portal g1, podemos entender que a população negra foi a mais atingida no período de pandemia e representou 72,9% dos desempregados no Brasil.

 

Para mudarmos esse cenário, precisamos de novas atitudes dos empregadores. E apesar de essa ser uma das ações para trabalharmos no mês Novembro Negro nas empresas, precisamos entender que essa é uma estratégia a ser realizada durante todo o ano.

 

Confira algumas sugestões:

 

  • Revisão do processo seletivo da empresa para garantir maior equidade racial nas contratações;
  • Criar programas de incentivo (cursos, bolsas de estudos, vale-educação) para capacitação de todos os profissionais;
  • Desenvolver plano de carreira com salários mais justos para todos os colaboradores;
  • Desenvolver lideranças negras, é imprescindível enfatizar a cultura da diversidade na empresa e contribuir com a representatividade.

 

Transformarmos nossas organizações em um ambiente igualitário, saudável e acolhedor é o melhor caminho para abraçarmos essa campanha tão importante e promovermos mudanças significativas pela sociedade!

 

Confira mais estratégias em nosso outro conteúdo sobre o tema: Equidade Racial nas Empresas.

 

6. Comunicação Colaborativa

 

Após a comunicação institucional sobre a campanha Novembro Negro ser realizada, é importante fazer a inclusão dos colaboradores de forma ativa na divulgação das informações. Assim, o time pode compartilhar suas experiências e conhecimentos pessoais sobre esse tema tão importante.

 

A equipe pode publicar fotos, vídeos e postagens em suas redes sociais ou apenas nos portais internos da organização, abrangendo a discussão sobre o assunto.

 

Uma sugestão legal é a utilização das hashtags do Novembro Negro para expandir o alcance do conteúdo e a conscientização de mais pessoas.

Kit de Materiais Novembro Negro nas Empresas

Pensando em contribuir com a sua campanha de Novembro Negro, preparamos alguns modelos de materiais e estamos disponibilizando gratuitamente para download. Você pode baixar, customizar, colocar o logo da sua empresa e utilizar nos meios de comunicação interna.

O Kit contém os seguintes formatos de conteúdo:

  • Newsletter
  • Cartaz A3
  • Imagens para Redes sociais
  • Template para TV Corporativa
  • Wallpaper

Para acessar o conteúdo gratuito, clique aqui ou na imagem abaixo.

 

 

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Escrito por Dyulia Corrêa

Graduada em Marketing Digital, encantada por processos criativos e comunicativos. Com olhar atento aos detalhes, estou sempre em busca de aprender, contribuir e evoluir nesse mundão. Apaixonada por viagens, natureza, bichinhos e com muitos sonhos a serem vividos.
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