Por Cleide Cavalcante

O agronegócio brasileiro é uma potência global, sinônimo de tecnologia de ponta em maquinário, biotecnologia e gestão de safras. No entanto, uma fronteira ainda cheia de desafios e oportunidades “da porteira para dentro”: a comunicação. Recentemente, a Progic reuniu em Goiânia, no evento Caqui GO – Comunicação em Movimento: Tendências que Transformam o Agro e Além, mais de 100 profissionais da área, representando as principais empresas da região centro-oeste, para debater exatamente isso. A conclusão é clara: comunicar com quem está no campo ainda é algo complexo, que exige estratégia, empatia e as ferramentas certas.

Sobre isso, Nicholas Vital, jornalista e especialista em comunicação do agro, diz: “Hoje o agro está perdendo o jogo da comunicação por 7×1. A boa notícia é que ainda é possível virar este placar. Basta que a nova geração de líderes do agro entenda a importância da comunicação para a reaproximação do setor com a sociedade, destacando suas virtudes e também enfrentando os seus problemas – sim, eles existem e não são poucos – com transparência.”.

E quando o assunto é comunicação com o trabalhador do campo, o cenário se mantém. prova disso é o que vimos nos discursos de nossos 15 painelistas no Caqui GO. Mas por que é tão difícil fazer a mensagem chegar, de forma eficaz, ao profissional que está na linha de frente da produção? Autor do “Guia de Comunicação para o Agronegócio”, pela Editora Aberje, Vital acredita que “valorizar a comunicação interna é o primeiro passo para a craição de uma verddeira cultura de comunicação corporativa dentro das empresas“.

Ele salienta ainda que no agronegócio, onde há uma grande massa de colaboradores de campo, a comunicação interna se faz ainda mais necessária: “Com profissionais que passam a maior parte do tempo na estrada, é preciso fazer com que as informações estratégicas cheguem até eles de forma ágil, clara e padronizada.”.

As complexidades da comunicação rural

Entretanto, o cenário ainda é árido. A principal dificuldade está na heterogeneidade do ambiente e do público. Não existe “o” profissional do agro; existem múltiplos perfis, cada um com necessidades e realidades distintas. Outros três pontos importantes a destacar:

1. O abismo da conectividade: apesar do avanço do 4G e da promessa do 5G no campo, a realidade ainda é de uma conectividade instável e, em muitos casos, inexistente. Dado relevante: pesquisa da Embrapa em parceria com o Ministério da Agricultura aponta que cerca de 40% das áreas rurais de produção ainda possuem conectividade limitada ou nula. Isso inviabiliza estratégias que dependem 100% de internet, como portais corporativos complexos ou videochamadas constantes.

2. A cultura do “direto ao ponto”: o profissional do campo, seja o operador de máquinas, o técnico agrícola ou o gerente da fazenda, valoriza a informação prática e imediata. O tempo no agronegócio é ditado pelo clima e pela safra, não pelo relógio do escritório. “A comunicação precisa resolver um problema ou trazer um benefício claro e imediato. Uma newsletter corporativa genérica sobre os valores da empresa tem pouca ou nenhuma tração“, afirma Ana Clara Matos, socióloga especialista em comunicação para o agronegócio.

Eles querem saber sobre a previsão do tempo para as próximas horas, o preço da saca ou uma nova diretriz de segurança para o maquinário.”

3. Diversidade de perfis em um mesmo ambiente: numa única fazenda, coexistem diferentes níveis de letramento digital e acadêmico. A mesma mensagem precisa ser compreendida pelo engenheiro agrônomo com pós-doutorado e pelo operador que aprendeu o ofício na prática.

Dicas para revolucionar sua comunicação no campo

Alcançar esse público exige uma abordagem que mescle o digital e o analógico, o high-tech e o toque humano. O profissional do agro é bombardeado por informações de fornecedores, consultores e mídias especializadas. Para que a comunicação interna da sua empresa se destaque, ela precisa ser hiper-relevante. Inspirado nos debates do Caqui GO e nas melhores práticas do mercado, aqui estão algumas estratégias acionáveis:

  1. Segmente sua audiência: crie listas de transmissão ou grupos diferentes para gestores, equipe técnica e operadores. Adapte a linguagem e o conteúdo para cada um.
  2. Seja omnichannel de verdade: use múltiplos canais. Envie um vídeo curto pelo WhatsApp, reforce com um cartaz no mural e peça para os líderes de equipe comunicarem verbalmente. TV Corporativa em áreas de convivência (como refeitórios) é uma excelente ferramenta para informações visuais e dinâmicas. Por fim, a rede social corporativa vem conquistando o cenário do agro, a exemplo da Pro Solus – um case de sucesso do aplicativo Caqui, da Progic.
  3. Priorize o “mobile-first” e o “offline-first”: todo conteúdo digital deve ser leve, de fácil consumo em telas de celular e, se possível, acessível mesmo sem conexão constante. Vídeos curtos e textos diretos são reis.
  4. Transforme líderes em comunicadores: capacite gerentes de fazenda e supervisores para serem os principais porta-vozes da empresa. A mensagem ganha credibilidade quando vem de um rosto conhecido e respeitado.
  5. Mensure o que importa: a comunicação foi eficaz? A melhor forma de saber é observar a mudança de comportamento. A equipe adotou o novo procedimento de segurança? O comparecimento ao treinamento aumentou? O feedback direto é o seu melhor KPI.

A transformação digital no campo não se resume a drones e sensores. Ela passa, fundamentalmente, por conectar pessoas. Empresas como a Progic, ao fomentarem essa discussão, mostram que entender e superar os desafios da comunicação é o verdadeiro segredo para colher resultados ainda mais expressivos. A Progic não oferece apenas um produto, mas um ecossistema de comunicação interna omnichannel que se adapta à realidade “da porteira para dentro”. O objetivo é garantir que a mensagem certa chegue à pessoa certa, no canal certo, superando barreiras de conectividade e de perfis de público.

Principais ferramentas digitais e como elas se aplicam ao agro

1. TV Corporativa (Mural Digital)

Esta é a espinha dorsal da solução para o campo. Telas são instaladas em pontos estratégicos de grande circulação, onde a conectividade não é um problema fequente e onde os colaboradores inevitavelmente passam. Contudo, mesmo que a conexão não seja ds melhores, uma boa programação pode ser carregada uma vez por semana, apenas.

  • Onde funciona: refeitórios, trailers ou áreas de descanso, escritórios da sede, balanças, galpões de manutenção, ônibus da empresas, nos deslocmentos de ida e volta.
  • Como resolve os problemas do agro: atinge 100% do público. Alcança quem não tem smartphone corporativo, quem tem pouca afinidade digital ou quem trabalha em áreas sem sinal de internet. A comunicação visual é de alto impacto. Ideal para alertas de segurança, indicadores de produção (metas da safra), previsão do tempo, cotações de commodities e vídeos de treinamento curtos. Oferece reforço constante nas comunicações estratégicas. A mensagem é exibida continuamente, garantindo a fixação e eliminando a desculpa do “eu não vi”.

2. Rede Social Corporativa

Para os profissionais que estão conectados (gestores, agrônomos, técnicos, líderes de equipe), o aplicativo funciona como o principal canal de comunicação direta e segmentada.

  • Onde funciona: no smartphone de cada colaborador. Ou seja, na palma da mão.
  • Como resolve os problemas do agro: permite o envio de alertas e comunicados urgentes que chegam instantaneamente ao celular, como uma mudança climática inesperada ou um ajuste na logística. A segmentação é precisa. A comunicação pode ser direcionada por fazenda, por cargo ou por equipe. Um agrônomo pode receber uma nota técnica, enquanto o operador recebe um lembrete de segurança. Permite a criação de enquetes rápidas, pesquisas de clima e canais de feedback, dando voz ao campo e medindo o pulso da equipe. Pode funcionar também como um hub para acessar holerites ou consultar documentos importantes muito facilmente. Além disso, oferece interação entre times e colegas de trabalho. Tudo em tempo real!

Plataforma de gestão centralizada:

É o “cérebro” do sistema. A equipe de Comunicação, RH ou a gestão da fazenda utiliza uma plataforma web para criar, agendar e distribuir todo o conteúdo para as TVs e para o aplicativo de comunicação.

  • Onde funciona: em qualquer navegador de internet.
  • Como resolve os problemas do agro: a equipe de comunicação na matriz pode gerenciar o conteúdo de dezenas de fazendas espalhadas pelo Brasil com apenas alguns cliques. A plataforma pode se integrar com outras fontes de dados para automatizar a comunicação. Por exemplo: exibe automaticamente o preço atualizado da soja, milho ou boi gordo. Mostra a previsão para a localidade exata da fazenda. Apresenta indicadores de produção, metas de colheita e performance da frota. Humaniza a comunicação celebrando os aniversariantes do dia ou da semana. Permite analisar quais comunicados foram mais visualizados e quais tiveram mais interação, medindo a eficácia da comunicação.

Na prática, funciona assim:

Imagine que uma nova praga foi identificada em uma região. A comunicação acontece em camadas:

  1. Alerta imediato: um agrônomo envia uma notificação push pelo app para todos os técnicos de campo com a foto da praga e as primeiras instruções.
  2. Reforço visual: o mesmo alerta, com mais detalhes e um vídeo curto de identificação, começa a passar nas TVs Corporativas dos refeitórios e áreas de convivência.
  3. Ação coordenada: a gestão agenda, pela plataforma, um comunicado para o dia seguinte reforçando o protocolo de manejo, que será discutido pelos líderes em seus encontros matinais.

Em resumo, a Progic oferece uma solução integrada que combina o alcance massivo e democrático da TV Corporativa com a agilidade e a segmentação do aplicativo móvel, tudo organizado por uma plataforma inteligente que entende e se adapta à complexa realidade do agronegócio.

Como o digital pode contribuir com alguns setores agro?

Grandes produtores

Empresas com múltiplas fazendas espalhadas por diferentes Estados, com milhares de hectares e uma operação altamente complexa.

Desafios que resolvem com o digital:

  • Comunicação padronizada:garantir que a mesma mensagem de segurança (ex: uso de EPIs), diretriz de RH (ex: campanha de vacinação) ou meta de produção chegue a todas as fazendas simultaneamente.
  • Alcance total: usam a TV Corporativanos refeitórios e alojamentos para impactar 100% dos colaboradores, desde o operador de colheitadeira até o time administrativo da sede.
  • Gestão centralizada:a equipe de comunicação na matriz em São Paulo ou Cuiabá, por exemplo, cria e agenda o conteúdo para todas as unidades, mas o gerente da fazenda local também pode inserir avisos específicos da sua unidade (ex: “Atenção à manutenção da máquina X hoje”).
  • Engajamento do campo: a rede social corporativa pode ser aplicada ao grupo de líderes, para comunicados urgentes e para coletar feedback rápido do campo através de enquetes.

No setor sucroenergético

Usinas são um ambiente híbrido, com uma operação agrícola massiva no campo e uma operação industrial complexa na planta. Operam em múltiplos turnos, 24/7 durante a safra.

Desafios que resolvem com o digital:

  • Comunicação de turno: as TVs Corporativassão instaladas perto de relógios de ponto e em áreas de troca de turno para comunicar informações essenciais, como indicadores de moagem, metas do dia e, principalmente, alertas da CIPA e de segurança do trabalho (NRs).
  • Integração de dados:automatizam a exibição de dados vindos direto do sistema de gestão (ERP), como “Toneladas de cana moídas hoje” ou “Eficiência da extração de açúcar”, transformando dados em informação visual para toda a equipe.
  • Redução de acidentes: usam a plataforma para campanhas amplas de segurança, exibindo vídeos sobre procedimentos corretos, depoimentos e contagem de dias sem acidentes, o que é um fator de engajamento poderoso.

Cooperativas agrícolas

As cooperativas têm um desafio duplo: comunicar-se com seus colaboradores internos e, muitas vezes, também com seus membros cooperados.

Desafios que resolvem com o digital:

  • Engajamento interno: utilizam as TVsnos escritórios, armazéns e lojas para manter os funcionários informados sobre resultados, novos benefícios e eventos internos.
  • Canal com o cooperado:algumas usam as telas em áreas de recepção de grãos ou lojas de insumos para comunicar aos cooperados sobre cotações do dia, previsão do tempo, convites para “dias de campo” e novas tecnologias disponíveis.
  • Fortalecimento da marca: a comunicação visual ajuda a reforçar a cultura do cooperativismo e a manter todos alinhados com os mesmos objetivos.

E aqui, o que temos em comum? A necessidade de superar a barreira da distância e da conectividadepara criar um senso de pertencimento e garantir que a operação funcione de forma segura e eficiente. Isso porque sabemos que um colaborador bem-informado é um colaborador mais seguro, engajado e produtivo.

Com a Progic, sua empresa centraliza a Comunicação Interna em uma Plataforma Multicanal Intuitiva e Poderosa.

Do mural digital ao celular do colaborador, sua mensagem chega com impacto e consistência. 

Saiba mais e descubra como levar sua comunicação a outro nível!

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Escrito por Cleide Cavalcante

Gerente de Comunicação e TV Corporativa, há 16 anos mudou o rumo da carreira para trabalhar com o que mais gosta: tecnologia, inovação e comunicação interna. Ao longo deste tempo, foram mais de 350 canais digitais implantados - TV Corporativa e apps - com sucesso. E, entre um job e outro, a vida flui intensamente em meio a livros, à natureza e aos pets de estimação.
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