Por Higor Lima

Aconteceu, entre os dias 5 e 6 de junho em Florianópolis – SC, a 28° edição do Concarh, Congresso Catarinense sobre Gestão de Pessoas, o maior evento do segmento do sul do país, realizado pela ABRH-SC.

Com o tema Influenciadores da Transformação, a edição desse ano tinha como objetivo levantar a discussão sobre como promover uma verdadeira transformação dentro das empresas, levando em consideração os principais pilares que norteiam uma gestão.

Durante os dois dias foram mais de 30 atividades, divididas entre palestras, oficinas, dinâmicas e feira de negócios.

Entre os principais temas das rodas de discussão, apareceram pautas como:

    • Inspiração para Transformar Vidas
    • Felicidade no Trabalho
    • Propósito nas Organizações
    • Empreendedorismo Social
    • Psicologia Positiva
    • Diversidade
  • Liderança

Abaixo, apresento uma resenha com os principais insights que tive durante o evento e compartilho com vocês um pouco sobre os ensinamentos que trouxe para a casa.

Boa leitura!

A Mudança de Mindset

Por muito tempo os passos básicos de uma identidade organizacional foram baseados em colocar no papel a missão, visão e valores da empresa.

Trabalhar esses três pontos corresponde uma forma simples de nortear a equipe com os princípios que fazem a empresa existir.

Mas o cenário que vem se repetindo em muitas organizações é o processo engessado desse planejamento tão estratégico, onde muito se fala, mas pouco se faz.

Qual o real sentido das organizações desenvolverem uma identidade organizacional?

Destaco as falas do palestrante Leonardo Aguiar, que em seu painel sobre “Felicidade, saúde e propósito” defende a ideia de que de nada adianta ter no papel um discurso bonito se ele não é aplicado no dia a dia.

Por isso, a importância de mudança de mindset das empresas em ajustar esse comportamento: adaptar missão, visão e valores para algo mais simples. A busca de propósito!

O conceito de propósito equivale àquilo que se busca alcançar, desígnio. Se aplicado no âmbito corporativo, podemos interpretá-lo como motivo da empresa existir.  

Por que a empresa existe? Onde quero chegar com ela? Quais são os objetivos? Que impacto ela terá na sociedade?

Essas respostas acabam por si só guiando toda a atuação da empresa e, com isso, criando uma Cultura Organizacional junto aos colaboradores.

Colaboradores estes que também já não são os mesmos de anos atrás.

Aliás, como defendeu o palestrante Luis Augusto Lobão Mendes, o “futuro não é mais como antes”!

Se fizermos um breve apanhado da história, vemos que o trabalhador mudou de comportamento e propósito (fato que influenciou nos comportamentos organizacionais)

O colaborador hoje busca mais que um bom salário ou relocação no mercado. Ele busca uma realização pessoal, o poder de fazer seu trabalho como também de usar seu potencial para impactar a comunidade onde ele vive e gerar transformações nas pessoas, nos processos e nas atitudes.

Mundo Digital e a Geração First

“A transformação digital é a nova revolução industrial”, comenta Lobão.

Diversos painéis do Concarh 2018 levaram a reflexão do papel da tecnologia no ambiente corporativo. Muitas mudanças na sociedade acontecem porque a velocidade da informação aumentou muito com a ajuda da tecnologia.

Estamos inseridos em um meio onde as experiências começam no mundo digital. E para entender isso basta fazer uma breve reflexão de como uma simples consulta ao médico mudou nos últimos tempos.

Se antes, ao mínimo sinal de mal estar, já buscávamos um profissional para diagnosticar as causas da dor, hoje a primeira coisa que fazemos ao perceber uma dor diferente é buscar no Google as causas daquela circunstância para depois se consultar com um profissional.

Atitudes como essa são característicos da Geração Digital First. Uma geração onde os comportamentos das pessoas estão cada vez mais voltadas para o consumo de conteúdos rápidos, personalizados, direcionados e produzidos com foco no ambiente online.

Essa interferência tecnológica no acesso à informação nos leva a ter uma autonomia maior de conhecimento.

“O petróleo do século XXI são os dados”, disse Leonardo Aguiar.

Com isso, as pessoas passam a viver em um nicho de dados, interpretá-las como informação, analisá-las com seus conhecimentos para tirarem insights e a partir daí disseminarem um novo formato de conhecimento (construção da sabedoria).

Na prática, podemos considerar, mais do que nunca, que as pessoas são cada vez mais influenciadores da transformação.

Influenciadores da Transformação

A construção da sabedoria é um processo onde passamos a analisar o que está por trás das coisas e entendemos o porquê delas serem daquele jeito.

Quando as pessoas entendem o que fazem e encontram um propósito em suas ações, elas deixam de ser apenas executoras de algo para se tornarem influenciadoras da transformação – tema que guiou o Concarh 2018.

Por isso a tecnologia passa a ser uma grande aliada das empresas que precisam usar da facilidade da comunicação, não para impor uma mudança de comportamento, mas incentivar uma cocriação das pessoas, transformando-as de acordo com seu propósito.

Cocriar talvez seja o termo que mais me chamou a atenção durante todo o evento. A informação está se movendo de forma exponencial e que conduz nossa transformação.

Não podemos nos confortar com o que está dando certo. Precisamos usar dessa velocidade que a tecnologia nos proporciona para repensar processos, descobrir novas soluções e, principalmente, compartilhar conhecimento.

Levo como lição para casa do Concarh 2018 o seguinte pensamento: a tecnologia não serve apenas como objetivo final, mas também pode ser uma grande parceira para nos tornar agentes da mudança.

Temos uma imensidão de informações jogadas o tempo todo, o dia inteiro, diante nossos olhos. É estupidez querer olhar só para aquilo que me conforta.

Podemos transformar nossa inquietude com as coisas em propósitos. Cocriarmos nossa tomada de decisões para que passamos a olhar tamanha quantidade de informações com olhos de tigre, com vontade de fazer as coisas acontecerem e, assim, nos tornarmos influenciadores da transformação!

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Fonte: fotos retiradas da página da ABRH-SC no Facebook.

Bônus: Histórias que Inspiram

Não só de planejamento e assuntos empresariais foi falado durante o Concarh 2018.

Em um evento de Recursos Humanos, é importante também falar sobre pessoas.

Um destaque positivo às causas sociais que tiveram espaço no evento para divulgar seus trabalhos e expressar seus propósitos.

Entre as iniciativas, destaco:

Painel Samuel Shmidt: fundador do projeto Cidades Invisíveis, Samuel Shmidt, no painel ABRH Experience, mostrou durante seus 15 minutos de fala o quão importante é a gente encontrar um propósito em nossas ações.

Saber o lugar que estamos, onde queremos chegar e como fazer isso acontecer foi inspirador.

O projeto Cidades Invisíveis desenvolve a expansão das capacidades do ser humano por meio do empoderamento. Com a realização de diversos projetos sociais, Cidades Invisíveis ensina, capacita e cria oportunidades para as pessoas viverem com mais dignidade.

Para saber mais sobre, eles tem o site

Projeto Naninhas do Bem: O Concarh 2018 também contou com um espaço social, além da feira de negócios.

Entre os expositores, conheci o Projeto Naninhas do Bem, um projeto criado por voluntários que se unem para confeccionar travesseiros em forma de cachorro para presentear as crianças que estão internadas nos hospitais realizando tratamento.

O projeto começou distribuindo os bichinhos de pelúcia na Grande Florianópolis e hoje já chegaram muito além. O trabalho dos voluntários são enviados para os quatro cantos do Brasil.

Eles contam com trabalho 100% voluntário e os bonecos não são comercializados.

Para saber como ajudar, acesse a página no Facebook do Naninhas do Bem

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Escrito por Higor Lima

Misture o interesse por histórias com a vontade de conhecer culturas diferentes. Acrescente uma boa dose de aventura e uma pitada de emoção. Leve ao forno até se formar em Jornalismo e terminar a pós graduação em MBA Marketing. Sirva com alegria, disposição e um axé ao fundo.
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