Por Cleide Cavalcante

Nos últimos anos venho percebendo uma mudança constante na forma como equipes e lideranças lidam com a troca de informações. Entre tantas metodologias e abordagens que surgiram, um conceito específico me chamou a atenção: a comunicação circular. Falo disso a partir da prática. Vi projetos andarem melhor quando a conversa deixou de ser linear e passou a se tornar mais horizontal, participativa e contínua. A dinâmica muda quando a informação não “desce”, mas circula.

Quando falo de comunicação circular, não me refiro a grandes reuniões ou longas discussões. Para mim, trata-se de um fluxo vivo, em que a informação se move entre todos os envolvidos e o foco deixa de ser simplesmente transmitir mensagens — passa a ser construir entendimento compartilhado.

É um movimento permanente de ouvir, ajustar, perguntar, registrar e devolver ao grupo o que evoluiu.

O que muda no cotidiano

  • Menos ruídos: interpretações isoladas se reduzem.
  • Mais participação: as pessoas se engajam porque fazem parte do processo, não apenas da execução.
  • Decisões mais conscientes: diferentes olhares entram cedo.
  • Menos retrabalho: checkpoints constantes evitam ciclos longos baseados em suposições.
  • Mais previsibilidade: todos entendem o estágio do trabalho quando o loop é fechado com frequência.

Esses resultados surgem quando o ciclo é mantido de forma intencional.

O papel da liderança: onde o modelo circular se diferencia do tradicional

A diferença mais marcante entre a comunicação circular e a tradicional está no papel da liderança.

No modelo tradicional

A liderança centraliza a mensagem, define o discurso e controla a interpretação. O fluxo é vertical e a equipe participa apenas em momentos específicos.

Na comunicação circular

A liderança assume outro papel: facilitadora do processo. Incentiva perguntas, abre espaço para complementos, conecta perspectivas e garante que a informação circule sem perder clareza.

Não é ausência de direção. É direção compartilhada.


Estratégias que sustentam o modelo

Ao longo do tempo, algumas práticas se mostraram especialmente úteis:

  • Fazer sínteses recorrentes para manter alinhamento;
  • Revezar quem conduz a conversa, ampliando repertórios;
  • Normalizar perguntas como ferramenta de clareza;
  • Manter atualizações rápidas entre reuniões para sustentar o fluxo.

Mas há um elemento que considero fundamental: escuta ativa.

Exemplos práticos de escuta ativa na comunicação circular

Escuta ativa vai além de ouvir. É interpretar, validar e devolver ao outro o que foi compreendido. Isso aparece em ações como:

  • Confirmar entendimento antes de reagir: “O que eu entendi é que o prazo funciona, mas a ordem precisa mudar. É isso mesmo?”
  • Fazer perguntas que ampliam o contexto, em vez de assumir respostas: “O que ainda não falamos e que pode influenciar essa decisão?”
  • Deixar espaço para pausas e permitir que o outro complete o raciocínio.
  • Reconhecer percepções que impactam a discussão: “Percebi que esse ponto trouxe preocupação. O que está por trás disso?”
  • Conectar falas para criar continuidade: “O que você trouxe conversa com o que discutimos mais cedo sobre alocação”.
  • Devolver ao grupo uma síntese curta, aberta a ajustes, evitando desalinhamentos.

Gestos simples que abrem espaço para entendimento — não apenas para informação.


Onde esse modelo gera mais impacto

A comunicação circular faz diferença especialmente em três contextos:

  1. Projetos multidisciplinares, em que diferentes repertórios precisam dialogar.
  2. Ambientes de rápida mudança, que exigem ajustes contínuos.
  3. Relações com clientes, em que alinhamento constante reduz retrabalho.

Além de melhorar fluxos, temos ganhos nas relações: mais clareza, cooperação e autonomia.

Desafios reais

Como qualquer processo vivo, a comunicação circular traz desafios:

  • Exige disciplina coletiva;
  • Demanda gestão de diferentes níveis de participação;
  • Pede equilíbrio entre abertura e objetividade.

Circularidade não significa falta de direção. Exige método, clareza e disposição para revisitar informações.


Por que sigo apostando nesse modelo

A comunicação circular promove transparência, fortalece decisões e aproxima as pessoas. Quando necessário, combino os dois modelos: uso o tradicional para orientar com clareza e o circular para construir entendimento com o grupo.

É, para mim, uma forma de trabalhar que equilibra eficiência e humanidade. Como todo o processo exige energia e tempo de adaptação, de líder e liderados.

Se esse tema também faz parte da sua rotina, gostaria de saber: Como você tem aplicado práticas de comunicação circular no seu dia a dia?

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Escrito por Cleide Cavalcante

Gerente de Comunicação e TV Corporativa, há 16 anos mudou o rumo da carreira para trabalhar com o que mais gosta: tecnologia, inovação e comunicação interna. Ao longo deste tempo, foram mais de 350 canais digitais implantados - TV Corporativa e apps - com sucesso. E, entre um job e outro, a vida flui intensamente em meio a livros, à natureza e aos pets de estimação.
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