Por Higor Lima

A alta performance e a construção de um bom ambiente de trabalho, com uma cultura e um clima saudáveis, são o resultado do alinhamento de comportamentos dos empregados.

Falar sobre comportamento organizacional é ir além de ditar regras ou desenvolver um manual de bons modos dentro das empresas. Essa prática é um modo de sintonizar todas as pessoas através de uma visão unificada dos princípios que regem a corporação.

Quando a empresa proporciona que os funcionários tenham a mesma visão e entendimento sobre os valores, processos e produtos, então ela está garantindo que todos falem “a mesma língua” dentro da organização. Apesar de cada um ter sua personalidade e carregar consigo uma bagagem de conhecimentos que moldam seu comportamento, o grupo como um todo vai estar sincronizado, seguindo e trabalhando na mesma direção.

Essa é a importância de estudar e gerenciar o comportamento organizacional. Com ele, haverá alinhamento entre os colaboradores, otimizando a produção, aumentando a qualidade de entrega e construindo um bom clima organizacional.

Neste post, você vai poder saber um pouco mais sobre o que é comportamento organizacional, seus tipos e sua importância.

Boa leitura!

O que é Comportamento Organizacional

Derivado de uma série de fatores, o comportamento organizacional é uma análise das atitudes dos colaboradores e consiste em desenvolver condutas e hábitos para melhorar diversos pontos da empresa, que vão desde a construção de um bom ambiente de trabalho até a qualidade do produto/serviço entregue ao cliente.

Em um ambiente que mistura pessoas com diversas crenças e olhares sobre o modo de encarar o mundo, o gerenciamento do comportamento organizacional aparece como um fio condutor de atitudes – independente do nível hierárquico do indivíduo, e que tem como objetivo guiar os colaboradores para a construção de uma cultura corporativa.

Quando falamos em comportamento organizacional, podemos estruturá-las e analisá-las em três níveis:

Nível individual, onde o perfil do colaborador é levado em conta, bem como sua forma de trabalhar, rendimento e personalidade. Nesse nível a psicologia atua para estudar o que motiva as pessoas dentro da empresa e quais são suas habilidades e competências em potencial para melhor aproveitamento.

Nível grupal, que tem como foco de análise os nichos e departamentos que estruturam a empresa. A psicologia e a sociologia estudam como ocorre a integração entre as pessoas e a eficiência da comunicação, com o objetivo de apontar a melhor forma de conectar os times para gerar um trabalho efetivo e em conjunto.

Nível empresarial. Não só de pessoas o comportamento organizacional é feito, a estrutura, os valores e cultura de uma empresa também são pontos de estudo.

Tanto colaboradores, quanto seus diretores têm impactos diretos nas condutas, costumes e desenvolvimento da organização. Conhecer e entender o ambiente de trabalho ajuda a manter um espaço harmônico, com pessoas motivadas e trabalhos interligados.

Quando se dá a devida atenção ao comportamento organizacional, facilitamos a manutenção e a melhoria dos processos de gestão dentro da empresa. Isso porque os líderes, por exemplo, conseguem prever e evitar problemas individuais ou coletivos diante os colaboradores, ou então estruturar métodos de liderança e estratégias de gestão mais efetivas para alcançar as metas e resultados desejados.

Os Aspectos Atingidos pelo Comportamento Organizacional

Toda empresa é formada por valores, crenças e cultura que traduzem a forma de pensar e agir das pessoas, construindo o comportamento organizacional.

Desse modo, não podemos negar que os hábitos e atitudes dos empregados estão relacionados com outros aspectos que constroem o ambiente corporativo, atingindo o macro da empresa.

Entre os elementos influenciados pelo comportamento organizacional, podemos destacar:

Performance e desempenho: alinhando o trabalho de todas as equipes para que o objetivo da organização seja respeitado e alcançado;

Colaboração: incentivando que as pessoas ajudem umas às outras e compreendam que todas estão ali com um foco em comum: a empresa;

Adaptação à mudanças: indicando e avaliando se as pessoas conseguem se adaptar com o sistema da empresa e com as mudanças de processos de acordo com as necessidades;

Visão Sistêmica e Compreensão do ambiente de negócio: visando educar o funcionário sobre a missão da empresa e como funciona o processo produtivo;

Diversidade e Respeito às pessoas: evidenciando que o ambiente de trabalho é formado por diversas pessoas com diferentes estilos (de vida e pensamento) e que o respeito é a base para desenvolver quaisquer outras atividades;

Engajamento: compreendendo e desenvolvendo mecanismos de incentivo que façam a equipe trabalhar com entusiasmo e vontade de entregar o seu melhor.

Comportamento x Desempenho

O Comportamento Organizacional é fator decisivo para o desempenho da organização. Quando se gerencia as atitudes dos indivíduos e grupos qualificamos a performance dos colaboradores e, consequentemente, otimizamos os processos.

Pensar em desempenho profissional é pensar em capacitação e desenvolvimento do colaborador, reconhecendo as necessidades individuais e adversidades do grupo para dar condições de desenvolvimento.

Segundo defende Idalberto Chiavenato, um dos profissionais mais respeitados do Brasil na área de administração de empresas e recursos humanos, “[…] o potencial da organização está relacionado ao potencial dos seus colaboradores, de forma que o desempenho profissional também tem como referência o desempenho organizacional, envolvendo toda a organização na sua forma de se portar”.

Conhecendo seu Colaborador

Não podemos esquecer que a base para o sucesso de qualquer projeto são as pessoas. Uma empresa é reflexo dos seus colaboradores. Portanto, quando falamos de comportamento organizacional falamos na ação de averiguar o comportamento do indivíduo para auxiliá-lo em seu desenvolvimento.

Assim, além de acompanhar a performance dos colaboradores, com avaliações de desempenho, é importante saber o que o colaborador quer e quais são seus objetivos profissionais em trabalhar onde ele está.

Depois de entender o que ele busca na empresa, o próximo passo é estudar como fazer com que seus objetivos sejam alcançados e observar situações no cotidiano profissional para que oportunidades aconteçam.

Dessa forma, você não apenas trabalha em prol do desenvolvimento das pessoas que formam seu time como também estimula a motivação, engajamento e satisfação dos colaboradores.

O grande diferencial competitivo de uma instituição é seu capital humano. Não basta visar apenas a alta performance, é preciso gerir com sensibilidade esses talentos para obter resultados cada vez mais extraordinários.

Como Gerenciar Conflitos Trabalhando com o Comportamento Organizacional

Trabalhar com pessoas não é uma simples missão. O ambiente de trabalho proporciona o convívio de pessoas com personalidades e opiniões divergentes.

Essas diferenças ficam mais aguçadas quando as gerações do mercado de trabalho se encontram e passam a dividir o mesmo espaço.

Analise a situação: se por um lado a Geração X (nascida entre os anos 60-80) foi treinada para trabalhar e esperar o momento certo para subir um degrau na cadeia hierárquica corporativa, a Geração Y (nascida entre 80 – 2000) já entra na empresa visando sua promoção em um curto espaço de tempo.

Esse modo de agir da Geração Y desperta a vontade deles quererem aprender junto com a empresa e ao mesmo tempo passar para ela tudo que já sabem. Mais do que estabilidade, os integrantes da Geração Y, também chamados de Millennials, querem participar dos processos que norteiam a empresa.

O problema é quando essa participação dos Y vem de uma forma em que os mais experientes não assimilam direito, gerando o medo entra a Geração X de perder o emprego para pessoas que aparentam ter mais energia.

O comportamento organizacional nessas situações pode gerenciar essa diferença e evitar que o ambiente da empresa tenha um clima organizacional pesado, tumultuando os processos e fazendo com que os objetivos da empresa se transformem em resolver problemas internos.

Como Resolver Conflitos

O primeiro passo para lidar com situações onde há conflito entre gerações é fazer com que as pessoas entendam quem trabalha com elas.

A Geração Y, por exemplo, nasceu e vive com estímulos (seja de música, internet, conversas…) e essa característica vem junto com o colaborador para a organização. É preciso mostrar aos demais que os mais jovens foram criados em um mundo onde se faz várias coisas ao mesmo tempo, mas que isso não interfere na qualidade da entrega.

Já os Baby Boomers e Geração X são mais conservadores, resistentes à mudanças e tecnologias, mas com um alto poder de planejamento e análise. Apegados à hierarquia, por exemplo, os profissionais com idade entre 30 e 45 anos enfrentaram as crises da década de 1980 e por isso trabalharam duro para ter segurança financeira, mudar o que já é tradição deixa-os inseguros.

É importante deixar claro que o crescimento na empresa é dado pelo potencial e esforço do colaborador, independente da idade que ele tenha.

Quando trabalhamos com pessoas de diferentes faixa etárias e diferentes visões sobre o mundo, o respeito torna-se fator primordial para gerenciar equipes.

Precisamos encontrar o equilíbrio entre os dois lados da moeda, onde não só as gerações mais experientes aceitem essa nova forma de ver o mundo, como também os mais novos entendam que os mais velhos estão habituados com um mercado de trabalho que se desenvolveu em outros moldes.

Empresas inteligentes mesclam gerações nos projetos e nas equipes para obter aumento de repertório e entregas mais qualificadas. Gerações que convivem podem ter uma relação de aprendizado umas com as outras em vez de conflitos.

Ter um plano de cargos e salários bem definido, tornar os processos mais flexíveis, montar comitê para discutir as relações, ter uma comunicação organizacional aberta, ser ouvido e bem aproveitado, entender os limites de cada um são ótimos exemplos para gerenciar conflitos entre as gerações.


Quer saber mais sobre o tema? Escute o progicast gravado com o profissional Alexandre Di Miceli sobre governança corporativa

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Escrito por Higor Lima

Misture o interesse por histórias com a vontade de conhecer culturas diferentes. Acrescente uma boa dose de aventura e uma pitada de emoção. Leve ao forno até se formar em Jornalismo e terminar a pós graduação em MBA Marketing. Sirva com alegria, disposição e um axé ao fundo.
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