Por Cleide Cavalcante

Estamos em um momento de grande transformação no mundo corporativo: as organizações mais visionárias já reconhecem que seu maior ativo não são apenas seus produtos ou serviços, mas as pessoas que os criam e os entregam.

Nesse cenário, onde os processos relacionais buscam cada vez mais a humanização e o bem-estar se torna um indicador-chave de sucesso, a forma como nos comunicamos internamente precisa evoluir. Não basta mais apenas informar; é preciso conectar, inspirar e construir pontes de entendimento genuíno.

Pesquisas globais, como as divulgadas por institutos como o Gallup ou Harvard Business Review, apontam para a forte correlação entre ambientes de trabalho com alta segurança psicológica, comunicação eficaz e resultados superiores – incluindo maior produtividade, inovação e menor rotatividade.

É aqui que a Comunicação Não Violenta (CNV), desenvolvida pelo psicólogo Marshall B. Rosenberg se apresenta não apenas como uma metodologia, mas como uma filosofia transformadora. Especialistas em desenvolvimento organizacional e liderança humanizada endossam a CNV como uma ferramenta poderosa para cultivar essa cultura de conexão.

Mas como aplicar esses conceitos profundos e os ensinamentos de Rosenberg para revolucionar a comunicação interna da sua empresa, tornando-a um verdadeiro propulsor de engajamento e colaboração?

A essência da comunicação não-violenta (CNV)

Desenvolvida por Marshall Rosenberg, a CNV é uma abordagem de comunicação que se concentra em expressar-se com honestidade e ouvir com empatia. Ela se baseia em quatro componentes principais: observações, sentimentos, necessidades e pedidos. O objetivo não é “vencer” discussões ou impor vontades, mas sim criar uma qualidade de conexão que permita que as necessidades de todos sejam atendidas de forma pacífica e eficaz.

E por que a CNV é um divisor de águas na comunicação interna? Ao integrar a CNV nas estratégias de comunicação interna, em um contexto que valoriza o capital humano, há inúmeros benefícios, como:

  • Reduzir mal-entendidos e conflitos: ao focar em observações concretas e necessidades, em vez de julgamentos e críticas, alinhando-se com a busca por ambientes mais respeitosos.
  • Aumentar o engajamento: funcionários que se sentem genuinamente ouvidos e compreendidos, como preconiza a humanização das relações, tendem a ser mais motivados e comprometidos.
  • Fortalecer a confiança e a segurança psicológica: criando um ambiente onde as pessoas se sentem à vontade para expressar suas ideias e preocupações, um pilar para empresas que veem pessoas como seu maior ativo.
  • Melhorar a colaboração: facilitando o entendimento mútuo e a busca por soluções que beneficiem a todos.
  • Promover um feedback mais construtivo e empático: tornando as conversas difíceis mais produtivas e menos ameaçadoras.

Pilares da CNV aplicados à Comunicação Interna

A seguir, alguns exemplos sobre como cada componente da CNV pode ser aplicado no dia a dia da comunicação corporativa:

1. Observação consciente: ver os fatos, não as interpretações 🧐

O que é: descrever comportamentos ou situações específicas sem adicionar julgamentos, avaliações ou generalizações.

Na prática interna:

Em vez de: “Você está sempre atrasado nas reuniões, isso é uma falta de respeito.” (julgamento)

Tente: “Percebi que nas últimas três reuniões de equipe, você chegou 10 minutos após o início.” (observação)

Impacto: remove a defensividade e abre espaço para um diálogo mais objetivo sobre o impacto do comportamento.

2. Expressão autêntica de sentimentos: construindo pontes emocionais ❤️

O que é: identificar e expressar como nos sentimos em relação ao que observamos. É sobre vulnerabilidade e honestidade emocional.

Na prática interna:

Após a observação: “Percebi que nas últimas três reuniões de equipe, você chegou 10 minutos após o início. Quando isso acontece, sinto-me preocupado(a)…”

Impacto: humaniza a comunicação e permite que o outro compreenda o impacto emocional das ações, fomentando a empatia. Evite “falsos sentimentos” como “sinto que você não se importa” (que é uma interpretação).

3. Reconhecimento de necessidades: a raiz da motivação e do conflito 🌱

O que é: conectar nossos sentimentos às nossas necessidades universais (ex: respeito, apoio, clareza, eficiência, pertencimento) que estão sendo ou não atendidas.

Na prática interna:

Após o sentimento: “…sinto-me preocupado(a) porque preciso de previsibilidade e que todos estejamos alinhados para que a reunião seja produtiva.”

Impacto: revela a motivação por trás do sentimento e da observação. Todos temos necessidades, e reconhecê-las (em nós e nos outros) é crucial para encontrar soluções.

4. Pedidos claros e conectivos: o caminho para a ação colaborativa 🛤️

O que é: formular pedidos específicos, positivos e acionáveis, em vez de exigências. Um pedido genuíno permite um “não” como resposta.

Na prática interna:

Após a necessidade: “…porque preciso de previsibilidade e que todos estejamos alinhados para que a reunião seja produtiva. Você estaria disposto a conversar sobre como podemos garantir sua chegada no horário nas próximas reuniões, ou me avisar com antecedência caso haja algum imprevisto?”

Impacto: convida à colaboração e à busca conjunta por soluções, em vez de impor uma mudança.

Benefícios tangíveis da CNV no ambiente corporativo

A adoção da CNV como base para a comunicação interna não é apenas uma questão de “ser legal”. Ela se traduz em:

  • Melhoria do clima organizacional: redução de fofocas, hostilidade e passivo-agressividade.
  • Tomada de decisão mais eficaz: com informações mais claras e menos ruído emocional.
  • Inovação: um ambiente seguro incentiva a partilha de ideias.
  • Retenção de talentos: as pessoas querem trabalhar onde se sentem valorizadas e respeitadas.
  • Liderança mais inspiradora: líderes que praticam a CNV constroem equipes mais coesas e resilientes.

Como começar a integrar a CNV na sua empresa

  1. Educação e treinamento: ofereça workshops e materiais sobre os princípios da CNV para todos os níveis da organização.
  2. Liderança pelo exemplo: os líderes devem ser os primeiros a modelar essa forma de comunicação.
  3. Crie espaços de prática: incentive o uso da CNV em reuniões de feedback, sessões de brainstorming e na resolução de conflitos.
  4. Integre nos processos: incorpore a linguagem da CNV em manuais de comunicação, avaliações de desempenho e guias de conduta.
  5. Paciência e persistência: mudar hábitos de comunicação leva tempo, celebre os pequenos progressos.

Cultivando uma cultura de comunicação empática e eficaz

Adotar a comunicação não-violenta na sua estratégia de comunicação interna é um investimento ímpar na cultura da sua empresa e no bem-estar dos seus colaboradores. Ao priorizar a empatia, a clareza e o respeito mútuo, criamos ambientes de trabalho onde as pessoas não apenas produzem mais, mas também se sentem mais conectadas, valorizadas e felizes.

Mas e a girafa que ilustra o banner desta news???🤔

Ela é o símbolo da CNV. Isso porque ela tem o maior coração entre os mamíferos terrestres. Na CNV, a girafa representa a empatia, a escuta e a capacidade de se conectar com o outro de forma profunda. Lindo, né? 💜

Que tal começar a plantar as sementes da CNV na sua organização hoje mesmo? Quais seriam os primeiros passos que você daria? Compartilhe suas ideias nos comentários! 👇

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Escrito por Cleide Cavalcante

Gerente de Comunicação e TV Corporativa, há 16 anos mudou o rumo da carreira para trabalhar com o que mais gosta: tecnologia, inovação e comunicação interna. Ao longo deste tempo, foram mais de 350 canais digitais implantados - TV Corporativa e apps - com sucesso. E, entre um job e outro, a vida flui intensamente em meio a livros, à natureza e aos pets de estimação.
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