Por Eric Vazzoler
Já ouviu falar no Efeito Hawthorne?
Este termo foi baseado nos resultados de uma série de experimentos realizados por Elton Mayo, na década de 20, em uma fábrica localizada na cidade de Hawthorne, nos EUA.
Com o objetivo inicial de aumentar a produtividade, Mayo separou dois grupos de funcionários para trabalharem em ambientes com pequenas alterações físicas entre eles.
No primeiro experimento, enquanto um grupo trabalhava em condições normais, o outro foi submetido à um ambiente com variações na iluminação. O resultado obtido, com certeza, não foi o esperado: ambos os grupos tiveram um aumento na produtividade em relação ao padrão.
Em seguida, submeteram os grupos a um ambiente com intensidade de iluminação bem abaixo do ideal, esperando que a produtividade também diminuísse. Novamente, em ambos os grupos houve um aumento na produtividade.
A conclusão foi que a iluminação pouco influenciava na produtividade dos dois grupos.
O que causava o aumento nos resultados era a atenção que os gerentes estavam dando aos funcionários, era o fato de alguém estar preocupado com o ambiente de trabalho deles. O que ficou conhecido como Efeito Hawthorne.
A Teoria das Relações Humanas
Este experimento, seguido de outros realizados por Mayo durante mais de 5 anos com enfoque na psicologia dos funcionários e suas relações sociais, deram origem à Teoria das Relações Humanas, a qual trouxe uma nova perspectiva para a administração corporativa.
Antes deste estudo, os trabalhadores eram vistos de uma forma muito mecânica e simples, onde a motivação e a produtividade estavam relacionadas unicamente a fatores monetários.
Elton Mayo transformou a forma como o trabalhador era visto dentro das empresas, de homo-economicus para homo-social.
Os experimentos de Hawthorne mostraram a importância dos aspectos emocionais e das relações humanas dentro das organizações. Mostraram que o ser humano tem necessidades psicológicas e sociais, além das financeiras.
Em Busca da Qualidade de Vida no Trabalho
A teoria das relações humanas iniciada com os estudos de Mayo, possibilitou que outros pesquisadores, como Maslow e Herzberg, pudessem evoluir o nosso entendimento do fator humano dentro das organizações e na sociedade como um todo.
Hoje o colaborador não é mais visto apenas como “parte da máquina”.
Além de uma remuneração justa e benefícios sociais, eles precisam de condições físicas e psicológicas propícias e agradáveis para demonstrar suas capacidades de trabalho.
Sabemos que aspectos como satisfação, motivação, reconhecimento, administração participativa, empoderamento, e liderança efetiva influenciam no desenvolvimento de um ambiente com foco na qualidade de vida no trabalho, com times engajados e de alta performance.
Organizações que não dão a devida atenção a estes aspectos, terão menos sucesso se comparado às que dão. Líderes que não oferecem a devida atenção a estes aspectos, terão menos sucesso se comparado aos que oferecem.
E o foco de um programa voltado à qualidade de vida no trabalho deve ser no respeito, e não na produtividade, no humanismo e não na eficiência. Produtividade e eficiência virão organicamente.[perfectpullquote align=”full” cite=”” link=”” color=”#8A5766″ class=”” size=””]“Embora não haja respostas simples para a questão da motivação no trabalho, um importante ponto de partida reside na compreensão das necessidades do empregado” – Davis e Newstron[/perfectpullquote]