Por Cleide Cavalcante
A revolução da Inteligência Artificial (IA) na comunicação está redefinindo não apenas as estratégias externas das empresas, mas também a maneira como elas gerenciam a comunicação interna. Amy Webb, destacada futurista e CEO do Future Today Institute, antecipa um futuro onde a personalização de mensagens alcançará um novo patamar, adaptando-se não só aos comportamentos, mas também aos estados emocionais dos colaboradores. Esta visão sugere uma mudança radical na dinâmica interna das organizações, prometendo tornar a comunicação mais eficaz e intimamente ligada ao bem-estar dos funcionários.
Não tenho dúvidas de que a transformação digital, impulsionada pela IA, já está redefinindo a comunicação interna nas empresas, tornando-a mais eficiente, personalizada entre os diferetes níveis hierárquicos e estratégica. A IA oferece ferramentas que podem analisar grandes volumes de dados de comunicação, identificar padrões e preferências de comunicação, e até mesmo prever a eficácia de determinadas metodologias de comunicação antes de serem amplamente implementadas.
Durante evento recente da Aberje, o Abreje Trends 2024, a discussão sobre a IA na comunicação interna foi intensa, com especialistas enfatizando a necessidade de abordar as novas tecnologias com um olhar crítico e planeado. Segundo uma pesquisa realizada pela Deloitte, 56% das empresas estão explorando ou já implementaram IA para melhorar a comunicação interna. Essas aplicações vão desde chatbots que respondem a perguntas frequentes dos funcionários até sistemas de análise de sentimentos que ajudam a medir o clima organizacional.
A Unilever, por exemplo, implementou uma plataforma de IA para a gestão de talentos, que ajuda a empresa a comunicar oportunidades de desenvolvimento personalizadas para seus funcionários, baseando-se em suas habilidades, interesses e desempenho.
Em uma entrevista ao portal de inovação Fast Company, João Silva, Diretor de Comunicação da TechCorp, compartilhou: “A implementação de IA em nossa comunicação interna nos permitiu personalizar as mensagens de acordo com os departamentos, aumentando significativamente o engajamento dos nossos colaboradores. Além disso, estamos utilizando IA para analisar feedbacks em tempo real, o que nos ajuda a melhorar continuamente nossas estratégias.”
PERSPECTIVAS DO TRABALHO
No livro “The Future of Work: Robots, AI, and Automation“, Darrell West discute como a IA está moldando o futuro do trabalho e, por extensão, a comunicação interna nas empresas. West argumenta que “a IA tem o potencial de tornar a comunicação interna mais interativa e responsiva, criando um ambiente de trabalho mais dinâmico e engajado.“
De acordo com uma matéria publicada no jornal Valor Econômico, empresas brasileiras estão adotando IA para melhorar a eficiência e a personalização da comunicação com seus clientes. “A IA permite uma análise mais profunda dos dados dos clientes, possibilitando uma comunicação mais direcionada e eficiente“, afirma Maria Silva, especialista em marketing digital.
Nos Estados Unidos, o The New York Times destaca como a IA é utilizada para criar conteúdo jornalístico. “Algoritmos de IA estão sendo usados para escrever artigos simples e liberar jornalistas para se concentrarem em reportagens mais complexas“, diz John Smith, editor-chefe do jornal.
Estas perspectivas ressaltam a importância crescente da IA na comunicação interna das empresas, sugerindo que a tecnologia não apenas facilitará a troca de informações, mas também promoverá uma cultura de trabalho mais inclusiva e adaptativa. À medida que avançamos, torna-se inevitável para as organizações explorar as possibilidades oferecidas pela IA, garantindo ao mesmo tempo que a tecnologia seja utilizada de maneira ética e que contribua positivamente para o ambiente de trabalho.
Segundo Michio Kaku, físico teórico e futurista, “a IA será uma ferramenta essencial na comunicação do futuro, permitindo traduções instantâneas e interações mais naturais entre humanos e máquinas“. Entretanto, podemos esperar ver novas aplicações que transformarão ainda mais a maneira como as informações são compartilhadas e como as equipes colaboram dentro das organizações. No entanto, para que esse futuro seja bem-sucedido, as empresas precisarão abordar proativamente os desafios éticos e práticos, garantindo que a tecnologia seja utilizada de maneira que beneficie tanto a organização quanto seus funcionários.
Tecnologias Emergentes e Suas Aplicações
– Chatbots e Assistente Virtuais: empresas como a IBM, através do Watson, estão desenvolvendo chatbots que podem responder a perguntas dos funcionários 24/7, desde dúvidas sobre políticas de RH até suporte técnico, liberando os humanos para tarefas mais complexas e criativas e facilitando a colaboração entre equipes globais.
– Análise de Sentimento: ferramentas de IA estão sendo usadas para analisar o sentimento dos funcionários, utilizando dados de pesquisas internas, e-mails e até mesmo mensagens instantâneas. Isso permite que as empresas identifiquem e abordem proativamente questões de moral e cultura.
– Personalização da Comunicação: a IA pode segmentar funcionários com base em seus interesses, comportamentos e necessidades, permitindo que as empresas personalizem suas mensagens, tornando-as mais relevantes e engajadoras. Isso é especialmente útil em organizações grandes e geograficamente dispersas. Neste sentido, estamos, na Progic, caminhando com o desenvolvimento de estratégias com inteligência semelhante por meio do aplicativo de comunicação interna, o Caqui.
Desafios e Considerações Éticas
– Privacidade e Segurança de Dados: à medida que a IA coleta e analisa grandes volumes de dados de comunicação, as empresas devem navegar cuidadosamente as questões de privacidade e segurança de dados, garantindo que estejam em conformidade com as regulamentações necessárias.
– Viés e Justiça Algorítmica: existe o risco de que os algoritmos de IA incorporem vieses inconscientes, o que pode levar a comunicações discriminatórias ou injustas. As empresas devem trabalhar para garantir que suas IA sejam transparentes e justas.
A Tecnologia das Emoções
Em seu TED Talk, “How AI Can Enhance Our Memory, Work and Social Lives“, Tom Gruber, co-criador da Siri, discute como a IA pode melhorar nossas vidas, incluindo a comunicação. “A IA pode nos ajudar a lembrar de detalhes importantes sobre as pessoas com quem interagimos, tornando nossas comunicações mais significativas“, afirma Gruber.
Ray Kurzweil, futurista e diretor de engenharia do Google, prevê que até 2029, a IA será capaz de passar no Teste de Turing, tornando-se indistinguível dos humanos em conversas. “A comunicação será transformada, com IA entendendo e respondendo de maneira quase humana“, diz Kurzweil.
A propósito, Kurzweil aposta na possibilidade de que, num futuro próximo, seja possível implantar no cérebro um mini-computador minúsculo em substituição a neurônios destruídos por doenças com o Parkinson. E, vai mais longe. Para ele, as máquinas serão infinitamente superiores a capacidades intelectuais dos seres humanos. E, com eles, disputarão espaço em todas as áreas. Será?
Nesta linha, podemos ir além em nossas reflexões e prever níveis inéditos e surpreendentes de interação. Já imaginou se, no futuro, a tecnologia fosse tão humanizada a ponto de interagir com você, com suas emoções? No livro “Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã“, Yuval Noah Harari discute como a IA pode transformar a comunicação humana, prevendo um futuro em que máquinas entenderão e responderão às emoções humanas.
Aliás, este também é o tema do filme “Her” (2013), dirigido por Spike Jonze. O longa explora um futuro em que a IA se torna uma companheira emocional, destacando as possibilidades e os desafios dessa tecnologia na comunicação humana.
Todo este cenário sugere que, embora a IA possa oferecer ferramentas poderosas para melhorar a comunicação interna, o sucesso dessa integração dependerá da capacidade das empresas de equilibrar inovação tecnológica com responsabilidade social e ética e, claro, o trabalho humano por trás de tudo isto.
É o Human to Human!
Sugestões de Leitura
– “Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã” – Yuval Noah Harari.
– “Superintelligence: Paths, Dangers, Strategies” – Nick Bostrom.
– “Life 3.0: Being Human in the Age of Artificial Intelligence” – Max Tegmark.
– “The Fourth Industrial Revolution” – Klaus Schwab.
– “AI Superpowers: China, Silicon Valley, and the New World Order” – Kai-Fu Lee.
– Revista Piauí: Leia uma entrevista com o futurista Ray Kurzweil .
E você, gostou deste artigo?
Um abraço e até o próximo! 🙂
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